Título da redação:

Prever para prover

Tema de redação: O aumento da expectativa de vida como desafio no Brasil

Redação enviada em 16/08/2017

Desde o século passado, a expectativa de vida tem aumentado gradativamente. Isso se deve principalmente ao avanço da medicina e tecnologia, capaz de garantir não só vida longa, como também qualidade da mesma. Contudo, essa conquista reflete negativamente em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. Ao passo que as taxas de natalidade e fecundidade diminuem, a população idosa aumenta, necessitando de políticas que supram os desafios da inversão demográfica. Nas décadas de 50 e 60 do século XX, quando as taxas de natalidade e mortalidade ainda eram altas, havia certo equilíbrio populacional e econômico. Conforme o tempo passou e a população conheceu métodos contraceptivos, melhorias na medicina e presenciou maior inserção da mulher no mercado de trabalho, tanto a mortalidade quanto a natalidade diminuíram, provocando mudanças sociais e econômicas nunca antes vividas pela nação brasileira. Apesar do elevado número de jovens atuando no mercado de trabalho, a população enfrentará falta de mão-de-obra no futuro, caso o crescimento vegetativo adquira parâmetros negativos. Além do problema da escassez da população economicamente ativa no futuro, a Previdência apresentará enorme dificuldade em suprir as necessidades da crescente população idosa. De acordo com Auguste Comte, filósofo francês, é necessário saber “prever para prover”, ou seja, a perspectiva positivista baseia-se na previsão do futuro com base na presente realidade. Portanto, a fim de impedir a falta de trabalhadores e o rombo da Previdência futuramente, medidas políticas e civis precisam ser tomadas. Quanto ao Estado, cabe propor reformas trabalhistas, diminuindo a jornada de trabalho e aumentando os turnos, por exemplo, sem que para isso a população contribua a vida toda e tenha uma velhice desgastada; incentivar a imigração, por meio de programas que garantam a dignidade e os direitos trabalhistas dos migrantes. Quanto à população civil, é oportuno promover projetos nos quais auxiliem a saúde e bem-estar dos idosos, evitando gastos previdenciários excessivos com essa abundante parcela da sociedade.