Título da redação:

Por uma velhice digna

Tema de redação: O aumento da expectativa de vida como desafio no Brasil

Redação enviada em 10/07/2017

Desde cedo, é aprendido na escola a importância da pirâmide etária como indicadora da realidade de um país. No Brasil, esse parâmetro vem apresentando um alargamento em sua parte superior, o que acaba por refletir uma alta expectativa de vida nacional. Nesse contexto, embora essa conquista revele uma melhoria na qualidade de vida do brasileiro, o incremento no número de idosos implica em desafios como maiores demandas de políticas públicas que satisfaçam as necessidades dessa "nova população" que já muito contribuiu para o país. A priori, deve-se entender a atual conjuntura social do idoso brasileiro para criar meios que melhor contornem as problemáticas advindas do envelhecimento populacional. Fazendo um panorama histórico com a Grécia Antiga, onde os indivíduos com mais de 60 anos eram membros da maior instância judiciária da época, através do Conselho de Anciãos, percebe-se , hodiernamente, entretanto, que esse contingente tem sido negligenciado e erroneamente associado ao seu antigo pictograma: um velho curvado e apoiado em uma bengala e sem nenhuma perspectiva de vida.. Essa irresponsabilidade perante a velhice é notórias em situações cotidianas, como quando um cidadão se nega a oferecer um lugar nos transportes públicos para indivíduos mais longevos. A posteriori, o aumento da expectativa de vida para 75, 5 anos, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) está atrelado à mudanças econômicas de grande impacto na vida dos representantes da terceira idade. A questão da previdência social, por exemplo, é uma tema que merece destaque, visto que uma longevidade maior demanda mais recursos para esse sistema que supram as expectativas dos mais velhos. Além disso, convém lembrar a relevância da medicina geriátrica como forma de proporcionar uma velhice saudável e, concomitantemente, por ser um setor que ainda tem muito no que se desenvolver para a plena concretização desse objetivo. Destarte, infere-se que a visão minoritária que alguns jovens e adultos têm do idoso pode construir, em médio ou longo prazo, concepções individualistas e intolerantes. Por isso, devem deixar de lado seus caracteres macunaíma e pensarem no bem coletivo. Cabe ao governo a realização de campanhas em escolas e espaços públicos que visem à passagem da informação de que a velhice faz parte do ciclo vital e deve ser encarada com naturalidade, responsabilidade e respeito. Além disso, o poder legislativo deve reformular o sistema da previdência social para que ele possa se adequar à atual situação do país e, por conseguinte, evitar possíveis déficits. Por fim, deve haver um incentivo por parte das universidades públicas e privadas em cursos de graduação que visem à formação de mais médicos da área geriátrica. Assim, será possível a construção de uma sociedade envelhecida que não estará fadada ao ostracismo.