No livro “A Velhice”, Simone de Beauvoir reflete sobre a exclusão do idoso na sociedade, muitas vezes tratado como um objeto incômodo. Na contemporaneidade, o raciocínio da filosofa do século passado mostra-se um paradoxo atual, pois o aumento da expectativa de vida do brasileiro aponta um futuro muito mais “velho” logo em um país que tradicionalmente exclui aqueles de mais idade. Ora, novas demandas para um “novo” Brasil. Partindo dessa reflexão, a falta de assistência médica especializada torna-se um grande desafio. O Brasil Carece de uma medicina que acompanhe a transformação etária do país, a geriatria, área da saúde humana responsável pela terceira idade, sofre com ausência de profissionais, criando uma situação de desamparo, afastando os idosos de uma vida mais saudável, como atesta a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia que estima que que no Brasil haja um geriatra para cada 24000 idosos, enquanto a OMS estabelece com ideal a proporção de um para 1000. Portanto o olhar mais atento a mudança de políticas públicas é fundamental para assegurar a qualidade de vida aos mais velhos. Ademais, o sistema previdenciário caótico e desigual gera instabilidades futuras. A expectativa de vida do brasileiro atualmente é 75,5 anos, segundo o IBGE, o que faz com que muitos aposentados passem mais tempo recebendo o benefício, desequilibrando as contas públicas, criando um colapso, caso não houver mudanças, agravando a desigualdade existente, já que possíveis cortes colocariam muitos aposentados em situação de risco, pois, apenas uma parcela mínima da população possui previdência privada e de acordo com o INSS, de cada três aposentados, dois ganham um salário mínimo. Logo a atuação do legislativo para uma reforma previdenciária torna-se urgente para a garantia do benefício para as gerações futuras. Repensar o modelo tradicional da terceira idade é extremamente necessária para o futuro de um pais que cada dia fica velho. A atuação do conselho nacional de medicina através do incentivo a formação de geriatras é de extrema importância, além da participação da mídia por meio de campanhas que valorize o papel do idoso na sociedade. Tais ações refletem a asseguração da longevidade, como Cicero, jurista romano já atestou: ninguém é assim tão velho que não acredite que poderá viver por mais um ano. ”