Viver muito nem sempre é viver bem. A longevidade é por muitos considerada como positiva e sem consequências, demonstrando um maior desenvolvimento do país. No entanto, o Brasil vem enfrentando um aumento rápido e largo de sua população, gerando problemas e consequências que devem ser solucionadas. A longevidade no Brasil tem aumentado a cada ano, e com isso surgem novos problemas tanto estruturais quanto financeiros. De acordo com a Rádio Jornal, o Brasil possui 24 milhões de pessoas com mais de 60 anos, equivalente a aproximadamente 12% da população e crescerá a quase 30% em 2050. Com isso, podemos ver que a longevidade dos brasileiros tem aumentado significativamente, tendo como principais fatores a estabilização financeira e as implementações de confortos e comodidades à população de forma geral. Dessa forma, com maiores oportunidades, remunerações e moradias durante a vida, os brasileiros têm envelhecido com uma certa segurança de seus futuros, pois além de terem adquirido fundos necessários para um envelhecimento mais estável também possuem recursos adicionais garantidos pelo Estado, como aposentadoria, descontos e isenções. Em contrapartida, a maior longevidade não é apenas benéfica, pois também traz consigo novas dificuldades tanto estruturais quanto financeiras não apenas ao Estado, e sim a população de forma geral. Dessa maneira, o médico Alexandre Kalache, afirma que para um bom envelhecimento o idoso requer saúde, convívio com outras pessoas, aquisição de novos conhecimentos e recursos financeiros para se manter, ou seja, para envelhecer bem são necessários ainda mais investimentos em diversas áreas, como saúde, cultura, educação e financeira. Desse modo, com uma população cada vez mais idosa, essa faixa etária requer ainda mais aposentadorias; maiores descontos e isenções; melhores estruturas, como elevadores e rampas de acesso; mais meios de socialização, como praças e outros espaços públicos, assim como maiores cuidados médicos para poderem ter uma boa vida. Então, com a longevidade dos brasileiros aumentando, os problemas com gastos do Estado tornam-se evidentes. Portanto, o Estado, por meio dos Ministérios da Fazenda e do Trabalho e Previdência Social, deve criar novos meios de arrecadação para sustentar os gastos com novas isenções e descontos prestados aos idosos, por meio da atualização dos impostos, movendo uma parcela desse dinheiro arrecadado para esses novos programas, como também com uma reforma na previdência social, pois o modelo atual está ultrapassado, uma vez que remunera uma larga quantidade de indivíduos ainda altamente ativos no mercado de trabalho, gerando altas despesas ao governo. Além disso, o Ministério da Saúde deve criar novos métodos de atendimento, focando na medicina preventiva, como o atendimento a domicílio, para atingir maiores partes dessa população e, assim, reduzir gastos futuros com a saúde tão delicada nessa faixa etária. Assim, quem sabe, poderemos viver num Brasil com uma longevidade ainda maior, porém sem os problemas que vivenciamos atualmente.