No livro, “A Velhice” (1970), Simone de Beauvoir reflete sobre a exclusão do idoso na sociedade, por muitas vezes tratado como um objeto incômodo. Tal pensamento vai na contramão do crescimento da expectativa de vida do brasileiro que deve ser acompanhada com o aumento da qualidade de vida. No entanto o Brasil vive um cenário de negligencia para com a terceira idade. Nesse sentido, pesa-se a falta de acessibilidade. Apesar da lei da acessibilidade, em vigor desde o ano 2000, ter garantidos vários direitos aos idosos como a gratuidade do transporte público, ainda há uma grande dificuldade para se locomover nas cidades brasileiras devido à falta de calçadas adequadas e padronizadas, sinalização deficiente e um sistema de transporte coletivo que por muitas vezes se mostra ineficiente. Tal situação além de interferir no direito de ir e vir acaba por contribuir com o isolamento social, pois impede que esses indivíduos interajam socialmente. Ademais, contribui para essa realidade a ineficácia do sistema público de saúde em atender essa faixa etária. De acordo com o IBGE 80% da população idosa no Brasil apresenta pelo menos uma doença crônica, o que demanda uma rede que assegure os cuidados necessários, mas nos últimos anos o Sistema Único de Saúde (SUS), conforme o relatório da secretaria do governo, deixou de receber 3,5 bilhões de reais. Logo é importante investir mais saúde, por meio do Poder Legislativo com leis e emendas que destinem mais verbas e também fiscalizem de maneira mais eficiente o gasto do dinheiro público, para melhorar o atendimento e alcance a faixa etária que mais precisa. Vislumbrar, então, uma sociedade mais justa que ampare o idoso é essencial nesse período de transição demográfica, por isso faz necessário a criação de espaços de convivência direcionados aos idosos, através dos municípios, afim de integra-los a sociedade e retira-los da ociosidade, obras de acessibilidade como padronização de calçadas, revitalização de sinalizações e construção de escadas mais seguras com corrimão e faixas antiderrapante para tornar mais seguro a mobilidade dos idosos nas cidades e também programas de seguridade social que possa dar suporte as pessoas de faixa etária mais elevada que estejam em situações de risco.