Os brasileiros estão vivendo mais. Não apenas as pesquisas confirmam tal afirmação, mas também constatamos isso nos espaços públicos. Quanto à explicação da longevidade humana, ela provém, sobretudo dos avanços científicos e tecnológicos. Todavia, os idosos brasileiros almejam também viver com mais qualidade e participar mais da vida social. A imagem da vovó e do vovô, na cadeira de balanço, virou lembrança. No cenário atual, os idosos querem viajar, se divertir. A felicidade para esse momento da vida não está mais centrada apenas no outro, nas conquistas de seus filhos e netos. No entanto, vivemos ainda em uma sociedade que supervaloriza a juventude, a infância e menospreza a velhice. A saber, falta uma política de prevenção de doenças, como diabete e pressão alta para a população mais carente. Embora existam leis em defesa dos idosos, que lhes garantam, por exemplo, o direito de se aposentar, os seniores brasileiros ainda são vistos muitas vezes pelo Estado e pelas famílias como um estorvo. Contudo, tal concepção não é unânime. Na cultura oriental, o idoso é concebido como um sábio, um ser que possui experiências, e deve ser respeitado, pois já contribuiu para o desenvolvimento do país. Seguindo a linha de pensamento de Hannah Arendt, o descaso com o idoso no Brasil pode estar associada ao fato de o homem pós-moderno se deter ao presente e ao futuro, negligenciando que sua história depende de um passado, de uma tradição. Sendo assim, a inserção dos idosos na sociedade brasileira, de fato, precisa de uma mudança na forma como a população enxerga a velhice. As rugas nas peles devem ser vistas como experiência, vivência. Para tanto, é fundamental que as escolas, o Estado e a mídia contemplem não apenas o moderno, o novo, mas também, identifiquem a riqueza e a beleza do passado por meio de debates e de reflexões . Além disso, os governantes precisam promover mais ações sociais, junto às Organizações não governamentais (Ongs), a associações comunitárias na prevenção de doenças e na promoção de atividades esportivas, educacionais, entre outras, a fim de que os idosos tenham uma vida mais saudável e sejam mais felizes.