No limiar da hodiernidade vivemos um grande dilema: o desafio do aumento da expectativa de vida no Brasil. Frente a essa realidade, a mistura explosiva do maior número de idosos e da menor quantidade de pessoas economicamente ativas tem todos os sinais para se tornar um dos maiores obstáculos a serem confrontados pela Previdência Social brasileira no século atual. Nunca na história da mãe gentil a pirâmide hetária chegou a níveis tão próximos dos países desenvolvidos. Porém, de acordo com dados divulgados pela ONU, o Ídice de Desenvolvimento Humano (IDH) não acompanhou o progresso. Nesse sentido, o fato do brasileiro estar vivendo mais não é sinônimo de este está vivendo em melhores condições. Dessa forma, diante das ferramentas vigentes no século XXI, é possível se pensar em um outro tipo de sociedade: menos abissal. Nesse contexto, com o perpassar histórico, sempre foi inerente ao homem a busca por um velhice tranquila. Partindo desse viés, tal tranquilidade tem como um de seus pilares a estabilidade financeira. No entanto, nas últimas décadas, devido à dimiuição do número de pessoas economicamente ativas, essa vida estável vem sendo comprometida - resultado da transição demográfica pela qual o País está passando nos últimos anos. Dessa maneira, para garantir o futuro dessa e das próximas gerações, não basta defender ou desejar proposta de mudanças, pois palavras sem ação são como sonhos sem realidade: meras utopias. Parafraseando o poeta Carlos Drummond de Andrade, havia uma pedra no meio do caminho. Partindo dessa premissa, os obstáculos da sociedade brasileira, representados pela pedra, são: o desafio do aumento da expectativa de vida e o menor número de contribuintes para a Previdência. Para reverter esse quadro, faz-se necessário que o governo - com seu poder abarcativo - crie novas políticas afirmativas e fortaleça as já existentes, para que assim, o IDH possa acompanhar o progresso da transição demográfica. Além disso, seria interessante que tais políticas também sejam voltadas para geração de empregos formais, a fim de aumentar o número de contribuições na Previdencia. Outras medidas devem ser tomadas, mas, como apregoava Oscar Wilde: " o primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação