O filme “Up – Altas aventuras”, vencedor do Oscar de melhor animação em 2010, retrata a história de Carl Fredricksen, um senhor de 78 anos que está prestes a perder sua casa para a construção de um edifício e ser internado em um asilo. Ao assistir a animação, percebe-se que seu propósito é mostrar os preconceitos relacionados à velhice, debate iniciado devido ao crescente número de idosos no mundo, efeito do aumento da expectativa de vida, que já traz consequências econômicas e sociais para o Brasil. De acordo com previsões realizadas pelo IBGE (Instituto brasileiro de geografia e estatística), o número de idosos no país quadruplicará até 2060, totalizando 26,77% da população brasileira. Consequentemente, a previdência social, já defasada, não conseguirá suprir a demanda e pagar a aposentadoria de todos os beneficiados. Assim, torna-se necessária uma reforma na previdência, desde já, a fim de garantir esse direito à população, baseando-se em modelos viáveis em funcionamento, como o modelo chileno, no qual as contribuições de cada cidadão são depositadas em uma poupança individual que se acumula ao longo da vida do trabalhador. Outro desafio decorrente da melhoria na expectativa de vida dos brasileiros é o aumento das denúncias de violência contra idosos. Dentre as principais acusações, estão a negligência e abandono realizado pelos próprios familiares, que representou, segundo a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), 77% das apurações em 2014, além da violência psicológica e física. Esses maus-tratos são frutos da falta de preparo da família para acolher esses idosos, que são vistos como um fardo ao invés de serem tratados com o respeito que merecem. Fica evidente, portanto, que, junto com o aumento da expectativa de vida, surgem desafios sobre como lidar com os idosos e garantir os seus direitos. Para isso, é necessário que a reforma da previdência social brasileira seja realizada urgentemente, baseando-se em modelos viáveis já existentes. Além disso, cabe à escola ensinar, desde cedo, para as crianças sobre a importância dos idosos e da necessidade de valorizá-los. Por fim, o Estado deve garantir a punição dos agressores e oferecer cuidados, como tratamento psicológico, aos idosos agredidos, para que, enfim, eles possam aproveitar essa fase, considerada a “melhor idade”.