Nas últimas décadas a expectativa de vida da população brasileira vem aumentando gradativamente. Se por um lado é um fato que sem dúvida merece ser celebrado, por outro traz enormes desafios que deverão ser tratados com maturidade pela sociedade brasileira. O bem-estar dos futuros idosos e jovens brasileiros será afetado em grande parte pelas soluções dadas a estes problemas. Um destes grandes desafios é a manutenção de um sistema de previdência social sustentável. Está em discussão no congresso nacional a Reforma da Previdência que, dentre outras medidas, propõe um aumento da idade mínima de aposentadoria, 65 anos para homens e 62 anos para mulheres. O objetivo com isso é diminuir o número de novos beneficiários ao longo das próximas décadas, diminuindo também com isso o gasto com o pagamento de aposentadorias. Outro desafio que guarda certa similaridade com o anterior, pelo fato de também pressionar as contas públicas, é o aumento da demanda de serviços do sistema público de saúde. Estatisticamente idosos adoecem mais do que jovens. Com a previsão de que o número percentual e absoluto de idosos aumentará até 2050, e nada sendo feito para aumentar a capacidade de atendimentos ou para a promoção de bem-estar e prevenção de doenças, podemos chegar a um quadro ainda mais grave do que o atual no Sistema Único de Saúde (SUS). Evidentemente que tratar destes e de outros desafios em um país diverso e de dimensões continentais como o Brasil não será simples. Porém um grande trunfo que temos nesta jornada são as experiências bem-sucedidas de diversos outros países que também passaram por esta mudança décadas atrás ou mais recentemente. Devemos olhar para as suas soluções e traze-las para o debate nos espaços públicos apropriados, adaptando-as quando possível à nossa realidade. Um exemplo recente foi durante a discussão da Reforma da Previdência, quando buscou-se comparar propor uma idade mínima de aposentadoria mais próxima à dos países da OCDE.