As projeções demográficas brasileiras indicam que o aumento na expectativa de vida é um fato. A partir disso, o governo junto a sociedade precisam se mobilizar para recuperar o atraso no aspecto do cuidado com o idoso, haja visto que somente nas últimas décadas foi aprovado o Estatuto do Idoso,que regulamenta leis para essa camada social mais vulnerável. Assim, o desafio do Brasil diante da sua futura demografia é assegurar aos idosos o que lhes é de direito, uma vez que ainda permanece na sociedade uma cultura que não os reconhece como cidadãos. Os investimentos governamentais aliados à difusão da tecnologia na área da saúde resultaram no aumento da expectativa de vida do brasileiro. Embora esse avanço fora gradual, não houve um acompanhamento da mudança no imaginário público, ainda há na mídia a estigmatização, o idoso tem visibilidade na maioria das vezes em propagandas de remédios ou reportagens denunciando maus tratos em locais de saúde. Portanto, a admirável longevidade conquistada apresenta ao cidadão brasileiro um mundo novo, em que ele deixa de ter um reconhecimento como cidadão e passa a ser visto somente como “velho”. Além disso, as gestões públicas que buscam atender as demandas mais propagandeáveis refletem diversas vezes os preconceitos e visões da sociedade. Isso fez com que a atenção pública destinada aos idosos fosse, em muitos casos, uma política que não tinha esse grupo como foco, por exemplo ao invés de criar hospitais especializados e fomentar a formação de profissionais na área geriátrica muitas prefeituras investiram em academias nas praças públicas que atraem todas as faixas etárias. Desse modo, urge uma conscientização política para que as leis já existentes sejam aplicadas e as instâncias públicas competentes tenham medidas eficientes para reinserir os idosos à sociedade. Portanto, a questão do aumento da expectativa de vida no Brasil traz consigo a urgência de transformações sociais e políticas. Um modo de iniciar esse processo é investir em propagandas que expliquem para a população o cenário demográfico brasileiro sensibilizando-a para as consequências dessa omissão atual. Além disso, as prefeituras podem por meio de plataformas online promover o debate com sociólogos, antropólogos e profissionais de saúde visando melhorar e ampliar suas políticas com objetivo de aplicar a legislação vigente.