A cada novo índice de criminalidade medido no Brasil, cresce a participação de crianças e adolescentes nessa conjuntura. Essa conexidade, deve-se a ineficiência de políticas públicas em diferentes esferas da sociedade, incindindo, sobretudo, nas favelas e comunidades, ou seja, onde predominam as famílias de baixa renda. Em primeiro plano, é indubitável que as falhas na aplicação das leis corroboram para o aliciamento dos jovens por traficantes em direção ao crime organizado. Esses indivíduos aproveitam-se da impossibilidade do menor infrator ser preso, bem como a demora para seu julgamento e a certeza da liberdade. Prova disso é o aumento de 22% da captura de adolescentes por policias em 2015 em relação a 2014 no Rio de Janeiro. Esse Estado, por sua vez, possui somente uma vara da infância para julgar um número elevado e crescente de casos. Além disso, quando implantadas, as medidas socioeducativas deixam a desejar na execução de um programa pedagógico eficaz de ressocialização e aumento da perspectiva desses jovens na sociedade colaborando para reinserção deles ao tráfico. Não obstante, essa situação é acarretada devido ao deficitário sistema educacional\social\cultural do Brasil. Fatores como: escolas distantes, falta de professores, deficiência de transporte, falta de cursos profissionalizantes e ambientes culturais perto de casa, além da carência socioeconômica influem para o desvio dos jovens para o crime. Isso, evidencia-se pelo lucro rápido que o tráfico proporciona, conforme pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, onde nota-se que o rendimento do crime é mais compensatório que todos os programas e incentivos do governo como o Bolsa família. Por tudo isso, se faz necessário o combate ao crime organizado, bem como providências públicas para incentivar o jovem e promover perspectiva de vida. Logo, o Tribunal de Justiça (TJ), deve suscitar uma cooperação entre os juízes em forma de mutirão para julgar o maior número de casos possíveis em curto prazo para atenuar a demanda de casos, além de cobrar do Estado maior eficácia nas medidas socioeducativas com oferecimento de cursos profissionalizantes, aulas de música, artes e educação formal, com objetivo de diminuir a reincidência desse jovem ao delito. Além disso, a Secretaria de Educação junto as Secretarias de Cultura devem criar oficinas, ambientes culturais e áreas de lazer com projetos socioeducativos de esportes e arte em áreas do subúrbio,bem como oferecer cursos técnicos aos jovens da periferia, a fim de fomentar uma boa expectativa de futuro entre eles. Dessa maneira, será possível reverter a participação de crianças e adolescentes na vida do crime.