Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Estas são palavras que constam no terceiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas que, atualmente, não se fazem reais na vida de muitos adolescentes brasileiros. Como reflexo, no cenário atual do país, é alarmante o aumento da criminalidade que se tem observado entre os jovens. Ambiente familiar mal estruturado, precária educação e perspectiva de vida distorcida, representam os principais fatores de influência para tal aumento. Frequentemente no Brasil, inúmeros casos de conflitos familiares envolvendo crianças e adolescentes são relatados e, com isso, a desastrosa influência que podem causar em seu desenvolvimento. Programas televisivos como o Polícia 24 horas da Bandeirantes, denunciam essa situação, onde a maioria dos casos filmados envolvem agressões familiares e condições extremamente precárias para o dia a dia de um jovem, além do abuso de álcool e entorpecentes por parte de seus responsáveis. Como resultado, isso acaba afetando sua saúde psicológica e a forma com que esse jovem enxerga a vida. Atrelado a essa realidade, o acesso a educação se dá de maneira quase nula, potencializando ainda mais a chance de o adolescente cometer infrações. Dados do Conselho Nacional de Justiça informam que 60% dos jovens infratores não estudavam na época que cometeram seu primeiro crime, assim como 75% destes já tinham feito uso de drogas. Como consequência e acarretando ainda mais incentivo para o aumento da criminalidade, há por parte deles uma perspectiva equivocada a respeito do que seria uma vida melhor. Algo que pode ser constatado de forma clara no documentário Falcão - Meninos do Tráfico, produzido pelo rapper MV Bill, que mostra o cotidiano da maioria dos jovens envolvidos no tráfico, em várias partes do Brasil, com relatos de que o tráfico e o crime significavam para eles a melhor forma de melhorarem de vida. Portanto, esse quadro de problemas familiares, ausência de educação e perspectiva de vida distorcida precisa ser transformado, e como meio, assim como afirmava Nelson Mandela, a melhor arma é a educação. Para isso, é fundamental que haja mais investimento dos estados em escolas públicas, com atividades que aproximem os jovens da arte e da cultura, assim como a inclusão de matérias que reforcem a noção de cidadania e, sobretudo, de uma vida melhor a partir do respeito ao próximo. Somado a isso, é essencial que o tempo de permanência nas escolas seja aumentado, com inclusão de cursos profissionalizantes e palestras. Dessa forma, além de melhorias nessa realidade, alcançar-se-ia uma sociedade mais pacífica e unida.