No contexto social vigente observa-se que a criminalidade no Brasil vem ocupando um espaço significativo na sociedade. Ademais, outro fator importante é que o jovem tornou-se protagonista dessa trama criminal, despertando, assim, a preocupação da população com medidas que busquem reverter o entrave. É pertinente elencar o filósofo alemão Kaul Marx, que afirma que a sociedade é regida pela economia, sua obra traz a ideia da existência de uma ditadura burguesista, na qual a classe alta tende a melhorar de vida e a classe baixa a enfrentar constantes obstáculos. Por conseguinte, um dos resultados dessa situação é o desemprego, que causa dificuldade de inclusão social. Logo, esse fato, em conjunto com a precariedade educacional existente no país, atinge majoritariamente a juventude, fazendo com que essa veja no crime uma oportunidade de melhoria de vida. Em detrimento dessa questão, a marginalização juvenil cresce gradativamente. Consoante a isso, os números são cada vez mais assustadores, como mostra o Conselho Nacional da Justiça que afirma que 192 mil adolescentes pagam por seus crimes através de ações socioeducativas. Outrossim, a impossibilidade de prisão auxilia no aumento desse impasse, pois não há preocupação com possíveis punições. Em última análise, segundo um estudo do CNMP, os meios de penalização não estão presentes em todo território nacional, o que dificulta uma possível reversão do problema. Evidencia-se, portanto, que medidas reparatórias são necessárias. De início, o Ministério da Justiça deve, por meio de verbas governamentais, implantar mais delegacias especializadas em adolescentes, aplicando punições já estabelecidas e apoio psicológico, a fim de resgatá-los do mundo marginal. Além disso, o Ministério da Educação pode, por meio de palestras educativas e cursos profissionalizantes para jovens, orienta-los a não cogitarem esse caminho criminal e qualificá-los para o mercado de trabalho. Por fim, o Ministério do Trabalho e Emprego tem como papel oferecer oportunidades trabalhistas que aceitem os currículos profissionais oferecidos pela rede pública de ensino, no objetivo de ingressar a juventude no mercado. Em suma, essas ações vão de encontro ao pensamento do jurista Cesare Beccaria, que afirma: ‘’É melhor prevenir os crimes do que puni-los’’.