O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), criado em 1990, foi um grande avanço no que diz respeito aos direitos de jovens e crianças. Contudo, o aumento da criminalidade entre jovens brasileiros evidencia um paradoxo a essa conquista. Fatores como a falta de investimento na educação e a ineficácia da justiça contribuem para esse dilema, necessitando assim intervenções. Em primeiro plano, é importante observar que a educação do país encontra-se precária. De acordo com o filósofo Immanuel Kant, "o ser humano é aquilo que a educação faz dele". Por isso, é de fundamental importância que tanto crianças como adolescentes encontrem-se na escola. Porém, por falta de investimento por parte do Governo, as instituições de ensino possuem uma má infraestrutura e um ensino básico ruim e desigual. Haja visto que na maioria dos casos também não há professores, devido a esses motivos o aluno acaba se distanciando da vida escolar por falta de interesse, abrindo assim portas para entrar no mundo do crime. Outrossim, o problema está longe de ser resolvido. Isso porque menores de 18 são penalmente inimputáveis e são encaminhados para unidades de medidas socioeducativas. Ainda de acordo com o ECa, é direito dos mesmos receber profissionalização durante a internação. No entanto, conforme dados da pesquisa do Conselho Nacional do Ministério Público, nas demais regiões do país apenas 40% das unidades contam com um espaço para essa formação. Nesse ínterim, destaca-se a ineficiência da justiça, pois os jovens não contam com uma ressocialização, impossibilitando assim novas oportunidades na vida e chances de reincidência ao crime. Fica claro, portanto, que o aumento da criminalidade juvenil é um problema que precisa ser solucionado. Para isso, é necessário que o Governo direcione mais de uma parte dos impostos públicos - para fins didáticos como a contratação de professores e projetos de infraestrutura- com o fito de restabelecer uma educação de qualidade. Ademais, o MEC em parceria com os meios midiáticos devem criar campanhas publicitárias repassadas nas escolas e em propagandas televisivas que reivindiquem a busca por um melhor acompanhamento - como acompanhamento psicológico- dos nossos jovens infratores.