Título da redação:

Descaso moral com a juventude.

Tema de redação: O aumento da criminalidade entre os jovens brasileiros

Redação enviada em 02/10/2017

O romance "Capitães da Areia", autoria de Jorge Amado, conta a história de meninos de rua estigmatizados pela sociedade e, como resultado, perdem a inocência de suas infâncias praticando inúmeros delitos. Na esteira dessas considerações, a criminalidade, sobretudo entre os jovens brasileiros, tornou-se uma das grandes chagas sociais devido ao seu notório aumento. Nesse sentido, a negação de uma educação pública de qualidade por parte do Estado, bem como na fragilidade encontrada no espaço familiar desses jovens, são fatores com reflexos evidentes no crescimento assustador das transgressões. É importante pontuar, de início, que a elevação nos índices de crimes cometidos por jovens pressupõe no descaso em que se encontra a educação oferecida a esses indivíduos. De fato, o contexto educacional público é caracterizado por um ensino delibitado, pela evasão escolar, falta de professores, além de escolas em estados de abandono. Nesse contexto, tais jovens, nomeadamente aqueles já delineados por um âmbito social e familiar menos favorecido e, ainda, alijados de um direito inerente que é a educação, são persuadidos para o universo do crime pela oferta de dinheiro fácil, embora seja por atos ilícitos, como furtos e o tráfico de drogas. É fundamental designar, ainda, que a fragilidade no pilar familiar na vida dos jovens infratores é mola propulsora no que diz respeito ao aumento da criminalidade. Certamente, a negligência da família no que tange à ausência da transmissão de valores cívicos e morais voltada para seus filhos, acarreta, muitas vezes, em consequências nefastas tanto para a sociedade, quanto para esses cidadãos mirins. Sob esse prisma, embora o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) realce como dever absoluto da família e de outros agentes sociais garantir o direito à cidadania da juventude, esse cenário, todavia, não é observado na prática, uma vez que a mídia, rotineiramente, expõe a associação entre o público infantojuvenil e o crime. Por conseguinte, é necessário que o Poder Judiciário faça prevalecer as leis já existentes no ECA. Nessa perspectiva, é imprescindível que o Ministério da Educação ofereça uma educação de qualidade a jovens que se encontram vulneráveis ao contexto da marginalidade social, combatendo a evasão escolar, a fim de livrar esse público jovem da criminalidade. Outrossim, a família exerça maior responsabilidade no diálogo com seus filhos, para isso, o Governo Federal pode subsidiar com a implantação de projetos assistencialistas, mormente em localidades com baixa condição social, abordando sobre os perigos que o universo do crime engloba, convergindo, dessa forma, para a importância do diálogo com os jovens. Assim, com essas medidas iniciais, poderemos ir ao encontro das denúncias outrora existentes no romance de Jorge Amado: o descaso moral com a juventude.