Na obra da escritora Patrícia Melo- Inferno- é narrado o cotidiano do menino Zé Luis, de 11 anos, em uma favela, bem como seu envolvimento na criminalidade. No Brasil, por falta de ações sociais e oportunidades, cada vez mais jovens, assim como Zé, sucumbem ao mundo do crime. Tomando como norte a pesquisa do SINASE- Sistema Nacional de Atendimento Sócio Educativo- que expõem que 12% dos jovens infratores não possuem renda e outros 66% possuem renda inferior a dois salários mínimos, percebe-se que a criminalidade é um fator social no Brasil. Em uma sociedade capitalista, uma renda baixa é suficiente para ser excluso. Tentando fugir dessa realidade, jovens e crianças marginalizadas se dispõem à criminalidade, onde permanecem -por anseio de ter sempre mais- até serem detidos pela lei. Ao analisar o sistema penitenciário destinados a jovens- chamados Fundações Casas- é possível perceber que a criminalidade se configura como um ciclo. Uma vez detido, contrariando a lei, o infrator não é assistido corretamente, tão pouco reinserido na sociedade. Assim, quando liberado da fundação, o jovem se vê novamente encurralado as infrações. Fica claro, portanto, que o aumento da criminalidade entre jovens não deve ser encarado como um problema de segurança, mas sim social. É necessário que o Ministério do Trabalho desenvolva programas para ampliar o número de vagas para jovens aprendizes, visando tornar o trabalho mais atrativo e receptivo que a criminalidade. Para aqueles que já cometeram infrações, a correção a base da educação lúdica adjunta à reinserção, tanto na sociedade como no mercado de trabalho, são a solução. Assim será possível quebrar o ciclo criminoso, e mudar a vida de milhares de "Zé Luizes" espalhados pelo Brasil.