Na sociedade brasileira, o aumento da criminalidade praticada pelos jovens é o reflexo da deslegitimação das instituições nacionais do país. A descrença com o poder público é a principal causa da ruptura do indivíduo com a coletividade, resultando assim, uma sociedade patologicamente individualista, baseado na ideologia da sobrevivência do mais forte. No Brasil, o controle social das massas sempre foi realizado através da repressão, esse processo acaba destorcendo a finalidade do Estado de prover bem-estar social e o reposiciona, pela visão dos mais afetadas pela violência das autoridades, como algoz. Une-se a isso, a intensa corrupção, que gera descrença com a política interna. Portanto, o Ceticismo com a “coisa” pública, desencadeia um individualismo feroz no cidadão, em que as regras sociais, como honestidade, solidariedade, tolerância e respeito à dignidade humana são rompidas em detrimento do equilíbrio entre a satisfação dos desejos pessoais e a necessidade da comunidade. Acima de tudo, os jovens são os mais suscetíveis ao ambiente externo, porque estão em busca de referências para solidificar sua personalidade, e ainda não possuem controle emocional bem desenvolvido, ou seja, são mais impulsivos e impetuosos. Além de tudo, a negligência da sociedade em o acolher, principalmente os de baixa renda, agrava ainda mais a situação da juventude no Brasil. Por fim, o resultado é uma enorme frustação com a sociedade, acarretando em explosões de criminalidade e violência. Logo, o quadro de descrédito das entidades sociais produz, antes de tudo, uma juventude egoísta, que busca prioritariamente a satisfação pessoal, independente da legalidade dos meios utilizados para obtê-la. Por isso para reverter o quadro se faz necessários à utilização de ferramentas sócio – educacionais, que visem canalizar as insatisfações juvenis para atividades que acrescentem valor a comunidade. O caminho essencial é a educação, por isso a importância da escola de tempo integral, capacitada para fomentar os bons valores sociais, bem como, ensinar-lhes a importância do engajamento político para propagar mudanças no cenário atual, e utilizando para isso não apenas as matérias tecnicistas, mas também as humanas e as atividades extracurriculares como esportes, artes e música.