"O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe", já dizia o filósofo Jean-Jacques Rousseau. A criminalidade entre os jovens tem sido pauta de diversos debates, mas é válido ressaltar que este fenômeno está principalmente associado à falta de oferta de uma educação de qualidade e de métodos de ressocialização do infrator. Portanto, conclui-se: o jovem é bom, porém o descompromisso do Poder Público com o mesmo tende à corrompê-lo. A falta de uma educação eficiente talvez seja o principal fator para levar o jovem ao mau caminho. Ao não ter acesso a uma escola ou a um sistema educativo que o interesse, o jovem fica desacreditado no futuro e refém de criminosos mais experientes, prontos para aliciá-lo. Portanto, é preciso mais compromisso do Poder Público para com a educação, sobretudo básica. Outro fator que agrava a criminalidade é a falta de medidas para a ressocialização do menor infrator. Pelo fato de a mentalidade brasileira estar associada ao punitivo, o jovem tende a reincidir ao crime após sair de uma unidade de internação. Portanto, é preciso que o Poder Público pense no futuro do jovem e como ele lidará com a sociedade novamente, uma vez que liberto. A criminalidade entre os jovens não é exatamente culpa dos mesmos, mas sim do enferrujado sistema educacional-prisional que estamos inseridos. Uma primeira medida para a reversão desse cenário é aumentar o investimento federal no sistema de educação, a ponto de torná-lo atrativo para o aluno e impedi-lo de ir ao mundo do crime. Além disso, deve haver, por parte dos Governos Estaduais, mais investimentos em fundações de ressocialização do infrator, adotando mais medidas socioeducativas ao invés de punitivas, com o intuito de não fazê-lo reincidir ao crime quanto liberto.