"Os jovens adoram desobedecer. Mas, atualmente, não há mais ninguém para lhes dar ordens". Assim Jean Cocteau, poeta francês, retrata a juventude. Nesse contexto de marginalização, crianças e adolescentes têm-se tornado elementos primordiais na expansão da violência no Brasil. No entanto, os fatores socioeconômicos, sobretudo familiares, a que estão inseridos esses indivíduos são cruciais à consolidação desse cenário. É indubitável que as relações sociais estabelecidas no ambiente familiar são de extrema importância para a formação moral dos jovens em desenvolvimento. Para Martinho Lutero: " A família é fonte de prosperidade, mas também da desgraça dos povos". Assim, pesquisas em defesa das crianças e adolescentes revelam que a criminalidade na menor idade está inerentemente associada as condições familiares. Muitas vezes, pais e outros parentes próximos são os próprios iniciantes no "mundo do crime". Dessa forma, o país precisa ater-se melhor as origens da problemática, bem como buscar soluções eficientes. Ademais, outra inegável origem à prática de infrações por menores refere-se ao ambiente educativo e cultural ao qual estão submetidos. Em suma, esses "pequenos contraventores" crescem em comunidade sob as mínimas ações do poder público. Essa condição os retira a oportunidade de uma boa educação, prática de esportes, acesso ao teatro, cinema e leitura de qualidade. À mercê da ociosidade, esses indivíduos buscam em outros grupos marginalizados -gangues- uma forma de socialização. Por conseguinte, é nessa ocasião que a personalidade criminal começa a se materializar, o que corrobora com a citação de Rousseau: "O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe". Dessa forma, em face à situação de falência da segurança pública brasileira, medidas cabíveis precisam ser promovidas. Logo, o Estado, por meio do Ministério da Educação, deve expandir a implantação de escolas em tempo integral, sobremaneira em comunidades carentes. Também, deve-se conjugar a essas instituições condições para as práticas esportivas e à leitura. Por sua vez, as ONGs têm função ímpar na promoção de palestras, de cunho educativo e conscientizador, a fim de expor os deveres da família e da sociedade, assim como os seus reflexos na formação dos futuros cidadãos. Dessa maneira, a juventude entenderá as ordens e construirá um Brasil em paz.