Em consequência de um conturbado contexto histórico de séculos de exploração, a sociedade brasileira se estabeleceu de forma extremamente desigual e, por muito tempo, classes foram segregadas e privadas do exercício de cidadania. Os tempos são outros e, atualmente, há uma constituição que versa sobre os direitos legais de todos os indivíduos, entretanto, ainda há muitos reflexos dessas raízes históricas. Como exemplos, uma educação pública defasada, precárias condições de vida em aglomerados sociais e os altos índices de criminalidade no país. Este problema se agrava ainda mais com o fato de isso tudo ter como consequência o aumento da criminalidade entre os jovens. No Brasil, menores de dezoito anos não respondem penalmente por seus atos. Essa pauta destaca uma grande ameaça à ordem pública. Porém, é importante considerar as raízes as quais alimentam esse quadro nocivo. A causa se estabelece pelo meio ao qual os indivíduos estão inseridos, à margem da sociedade. Negligenciados, são levados junto a maré do determinismo social e reproduzem os seus heróis mais próximos. Desta forma, para resolver o problema não basta apenas expor esses jovens ainda mais ao universo da criminalidade, tendo em vista as condições precárias de super lotação, violência nos presídios e os incontáveis casos de reincidência dos detentos. Diante disso, é responsabilidade social do estado garantir efetivamente educação de qualidade, moradia adequada, assistência social e intensificar os amparos socioeducativos em regiões vulneráveis. Bem como, amenizar as consequências do problema com fundação de centros diferenciados pelos tipos de infração para reabilitação dos jovens e, no caso de reincidências, aplicação penas mais severas voltadas ao trabalho voluntário, orientados pelas forças armadas do país. Desta forma, para sanar o problema, é necessário que se trate primeiramente a causa, garantindo efetivamente a todos os direitos constitucionais básicos.