A criminalização dos jovens brasileiros está atrelada, em grande parte, à péssima qualidade na rede pública de ensino básico e médio. Como falou Immanuel Kant, “O ser humano é aquilo que a educação faz dele”. Percebe-se também, que a desigualdade social e a pouca presença do Estado nas comunidades reforçam os laços entre o crime organizado e os moradores. Tudo isso resulta no aumento de jovens no crime, uma triste realidade no Brasil contemporâneo. Com o passar dos anos a rede de ensino público perdeu seu valor, as condições de ensino principalmente em áreas de baixa renda é precária, sabe-se que em muitas escolas falta merenda , professores , materiais didáticos e uma estrutura básica para receber o aluno e ajudá-lo a crescer intelectual e psicologicamente .O crime atua com mais poder justamente nessas condições , todas as vezes que se libera os alunos por falta de lanche ou profissionais ,se fortalece a ideia de abandono por parte do Estado e, muitas vezes, o tráfico vem suprir essa ausência . Com o passar dos anos, a criança passa a enxergar o crime como algo que o ajuda, mesmo sabendo de sua consequência ingressa nesse meio para ajudar a família e sua comunidade. Novamente a ausência do Poder Público nas comunidades brasileiras mostra resultados complexos de se resolver. Com a pacificação das comunidades cariocas e a expulsão dos traficantes, a instalação das UPP´S mostrou o quanto é profundo a ligação entre comunidade e tráfico, pois desde jovem o adolescente é influenciado pelo dinheiro, amizades, mulheres e armas dentro das comunidades. A exposição a essas situações juntamente com a desigualdade social que assola a sociedade brasileira, faz o número de jovens no crime aumentar. O tráfico exerce a função do próprio Estado nessas regiões com auxílio a moradores doentes ou em necessidade, ajudando-os com medicamentos e toda assistência necessária. Para uma criança que vai à escola, mas volta por não ter aula e ver essas situações, o crime passa a ser a solução para seus problemas sociais, aumentado assim o número de jovens no crime organizado. Dado o exposto, o Ministério da Educação e Cultura deve promover a contratação e a valorização dos professores utilizando as mídias, como também fiscalizar onde está sendo aplicada a verba liberada e investigar o porquê de faltar merenda e materiais didáticos. Além disso, a criação de um projeto com parceria do Ministério do Esporte, promovendo várias atividades e oportunidades de cursos em tempo integral, pode ajudar a diminuir o tempo que o jovem fica exposto ao tráfico. Se faz necessário uma reforma nas unidades escolares e melhoria nos materiais, pois a educação escolar é a principal peça nessa luta contra o crime. Já o Ministério da Saúde pode aumentar a disponibilidade de medicamentos e médicos nos postos, diminuindo a dependência das famílias pela ajuda do crime. Essas medidas, se postas em prática, podem diminuir a falha e ausência do Estado nas comunidades, como também a influência do crime na formação dos jovens pois eles são o futuro da nação. Tudo isso poderia reverter o aumento do número de jovens no crime organizado e futuramente amenizar a desigualdade social no país.