Com o advento da marginalização das camadas populares pelo governo brasileiro, temos o aumento da criminalidade entre os jovens. Nesse sentido, esse engajamento criminal, por parte dessa faixa etária, se dá pela falta de perspectiva de vida promovida pelo baixo investimento governamental no setor educacional gratuito. Dessa maneira, percebe-se que esse problema é causado, diretamente, pelo descaso do Estado com a população que depende da educação pública, somado com a maioridade penal anacrônica presente em nosso Brasil contemporâneo. Durante o governo do presidente Vargas, houve a criação da Constituição de 1934 que tornava o ensino escolar gratuito e obrigatório. Ainda assim, essa medida foi responsável por ampliar o poder das camadas populares que antes não possuíam estudos. Dessa forma, na atualidade, o Estado ainda é obrigado a oferecer educação gratuita, porém muitas vezes a mesma não possui a qualidade adequada para que o jovem tenha um futuro promissor. Sendo assim, essa falta de investimentos escolares propicia o engajamento do jovem ao mundo criminal, visto que, por conta da ignorância mantida pela falta de ensino, ele vê, no crime, a possibilidade de ascensão social. Outrossim, com o avanço e disseminação tecnológica, o desenvolvimento psíquico dos jovens acontece de maneira precoce. Com base nisso, é possível apontar que a maioridade penal de 18 anos, cujo estabelecimento se dá no passado, não é válida para a atualidade, já que a juventude contemporânea é capaz de discernir entre certo e errado. Logo, o supracitado torna-se mais evidente com a análise de dados divulgados pela revista Exame Abril que mostra que os crimes já vêm sendo cometidos desde a pré-adolescência, mesmo que em menores escalas. Destarte, fica evidente que o aumento da criminalidade juvenil se dá por um conjunto de fatores político-administrativo e sociais. Ademais, é necessário que a população promova protestos saudáveis com a finalidade de reivindicar investimentos na educação pública, para isso é possível que ela se baseie na exclusão de políticos ladrões de verbas que poderiam ser destinadas ao setor educacional. Além disso, o Estado deve reunir os poderes legislativo, judiciário e executivo para que seja feita uma revisão da maioridade penal, a fim de diminui-la de acordo com a real situação atual brasileira, promovendo, assim, uma atenuação do engajamento criminal juvenil.