Título da redação:

Amálgama de imbróglios

Tema de redação: O aumento da criminalidade entre os jovens brasileiros

Redação enviada em 23/08/2017

Em meio a um surto de violência que arrasta a atual conjuntura para posições de destaques em rankings internacionais, torna-se crescente a existência de crimes brutais, cujo protagonista é um menor com arma na mão e mascara destemor. Desse modo, temos a crença de que o quadro vigente se perpetuará, atirando-nos à face uma desesperança renitente a nos consumir sem trégua, lançando a sociedade no desamparo e violência sem quartel, conforme escreveu o humanista Luiz Gonzaga Belluzo. A Carta Magna brasileira assegura aos menores impúberes uma série de direitos constitucionais, que promovam segurança e bem estar desses indivíduos. Outrossim, o Estatuto da Criança e do Adolescente, protege o ser hipossuficiente a qualquer sinal do desagravo social, no entanto o que ocorre é uma “potencialização” da sua função, pois ele retira-lhe qualquer traço de infração no cometimento de um crime hediondo ao chegar a idade adulta. Essa ascensão de jovens na criminalidade é fruto das flexibilidades das leis que negligenciam e menosprezam a capacidade do jovem, tratando esse ser com alguém influenciado, desprovido de força e ideologia individual, fomentando a formação de uma sociedade que paulatinamente se torna cega, assim com relatou José Saramago em seu livro “Ensaio sobre a Cegueira”. Tal pensamento camufla o descaso do Governo com a segurança pública e o fato de não poder lidar com a situação devido a superlotação em cadeias, que unidos a desigualdade social, resulta na formação de amálgama de imbróglios sociopolítico. No livro “O Cortiço” de Aluísio de Azevedo, retrata-se o grande poderio que o meio massifica as pessoas, exercendo forte influencia sobre seus comportamentos e padrões. Analogamente, no nosso país, a ininterrupta violência, a desigualdade oriunda da extrema dificuldade de mudança do quadro social e financeiro do indivíduo, culmina na escolha pelo caminho com resultados mais céleres e menos próspero: a criminalidade. Uma prática crescente prioritariamente entre jovens, porque eles se veem como pessoas autossuficientes inatingíveis, pronto para contestar seus inúmeros princípios individualistas e repletos de indolência. Diante de um quadro de tantas problemáticas, a segurança pública é mais uma que requer mudanças em suas matizes. É primordial a existência de novas legislações, com propostas de Emenda à Constituição, que tenham um maior comprometimento com a proteção dos cidadãos, atribuindo punições mais sólidas aos jovens meliantes. Soma-se a isso, investimento em educação que é o ponto nevrálgico desse processo, valorizando e capacitando professores , no intuito de forma cidadãos comprometido em garantir o bem estar da sociedade como um todo. Também é “sine qua non” a atuação de ONGs como APAE (Associação de Pais e Amigos Excepcionais), juntamente com as famílias e unidos ao Governo Estadual e Federal, promovam projetos e campanhas de inclusão a atividades socioeducativas, ofertando cursos gratuitos extracurriculares, para se for interesse do menor, exercer um atividade remunerada dentro da sua área de formação e assim atenuar os percalços sociais protagonizados por eles. Pois como dizia Saramago “se podes olhar, vê; se podes ver, repara”.