Um dos grandes entraves sociais brasileiro é a questão da alta taxa de criminalidade entre os jovens. A pobreza generalizada, problemas no sistema de educação e até mesmo traços culturais causam um verdadeiro caos na formação psicossocial de muitas crianças e adolescentes. Esses percalços os tornam vulneráveis, levando-os a escolher pelo mundo do crime, tendo muitas vezes como objetivo o de possuir algum meio de sobrevivência. Estatísticas mostram que os jovens envolvidos em delitos estão frequentemente na faixa dos 17 a 18 anos, sendo a maioria do sexo masculino. O crime mais praticado é o de tráfico de drogas. Obviamente, a preferência a esse tipo de delito está atrelada a grande difusão dessa prática entre a população carente, que não raro a associa a uma vida deslumbrante e de dinheiro fácil, o que corrobora para a adesão desses jovens. O uso de menores está também fortemente ligado a inimputabilidade deles, que na lei brasileira dura até os 18 anos. Muitos jovens são levados a crer que não tem lugar na sociedade. Agravando esse cenário de falta de esperança, temos o descaso do próprio Estado com a população carente em geral. Ao praticar políticas públicas ineficazes, o Estado perpetua essa situação de profundo abandono e desdém. É importante frisar que tal postura está atrelada muitas vezes à fraca infraestrutura do aparato estatal. A grande dificuldade do governo em mudar essa realidade passa desde a uma ineficácia na condução de uma educação gratuita de qualidade até a criação de oportunidades de emprego e renda para os jovens. Notório é o problema de alicerção de jovens para o crime. É muito importante que haja uma grande melhora no alcance da educação das escolas, bem como uma maior participação familiar na vida escolar do adolescente. Além disso, o Estado deve melhorar as políticas públicas para a população carente. O Estado pode oferecer melhores serviços nas periferias, investindo em opções de lazer para as famílias, com o apoio das administrações municipais. Já as oportunidades de trabalho e emprego devem ser criadas em parceria com a iniciativa privada, com a criação de oficinas, programas de jovem aprendiz e de oportunidades, a fim de gerar um vislumbre de esperança para esses jovens. Tais ações certamente promoverão um declínio nas taxas de criminalidade, levando a uma maior inserção desses jovens na vida em sociedade, de forma produtiva e saudável.