A obra Capitães da areia, escrita por Jorge Amado retrata a vida de um grupo de meninos menores que lutava para sobreviverem nas ruas de Salvador cada integrante têm uma história de vida marcada por desventura familiar e por descaso da sociedade que, sendo marcada pela lógica capitalista vira as costas para aqueles menos privilegiados. Por consequência disso, os jovens acabam encontrando na criminalidade oportunidade de se manter e sobreviver em meio a tantas desigualdades, infelizmente essa problemática persiste até os dias atuais. É importante salientar que a criminalidade entre jovens brasileiros possui ligação com a abolição da escravatura ocorrida no ano de 1888, pois os negros recém libertos se depararam com a falta de apoio Governamental e social. Aliás, diante da falta de emprego e moradia a população livre teve que se instalar nas regiões periféricas de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, como resultado, foram marginalizados pela sociedade e tiveram que aceitar o subemprego e criminalidade como meio de sustento. Além disso, desigualdade social devido à má distribuição de renda, falta de acesso à educação de qualidade, moradia digna, alimentação e o preconceito racial são fatores que colaboram para que ocorra segregação social do jovem pobre e negro, principalmente, aqueles que residem em zonas periféricas das grandes cidades brasileiras. Em virtude disso, os jovens ficam suscetíveis a ser atraído por criminosos que oferecem a eles oportunidades de ganhar bastante dinheiro e status social na comunidade de forma rápida que é através do crime sendo que o tráfico de drogas é o mais frequente, seguido do roubo e furto. Tudo isso, acaba colaborando para aumento do índice de violência urbana ao ponto de impactar toda sociedade. Urge, portanto, que a sociedade civil, instituições públicas e privadas cooperem para mitigar o impasse. O Governo Federal através dos dados socioeconômico levantado pelo IBGE que mostra o índice de vulnerabilidade econômica dos brasileiros precisa elaborar projeto que possibilite essas famílias e os filhos a ter acesso à qualificação profissional, moradia digna e ingresso no mercado de trabalho. Outrossim, O Congresso Nacional carece criar uma lei que obriguem todas as empresas com mais de 100 funcionários a reservar 10% das vagas a ser ocupadas por pessoas em situações de vulnerabilidade econômica, bem como, necessita oferecer curso de qualificação aos mesmos. Ademais, a Vara da Infância e Juventude precisa fazer um acompanhamento individualizado com intuito de descobri os fatores específicos que motivou o jovem a ingressar no crime para que, logo em seguida, venha ser corrigido de modo a evitar a perpetuação da criminalidade.