É perceptível que a situação da criminalidade no Brasil é caótica. O sentimento de insegurança é tão evidente que aproxima o panorama brasileiro ao Estado de Natureza de Thomas Hobbes: um a guerra de todos contra todos. Há ainda uma realidade alarmante que piora o cenário do País: o aumento da criminalidade entre os jovens brasileiros, que tem como causas a falta de acesso à educação e o forte sentimento de impunidade existente entre os menores de 18 anos de idade. A primeira é um problema latente que atinge todo o País. É sabido que os baixos investimentos na educação, que apresenta tanto estrutura física quanto funcional debilitadas, distancia a juventude dos centros educacionais, o que, além de deixar os jovens desocupados, possibilitando a execução de crimes em meio a realidade de desigualdade social na qual estão inseridos nas periferias, uma vez que são facilmente influenciados, não lhes dá nenhum projeto de vida para modificar sua situação por meio do estudo e ascender socialmente, levando-os, na ausência da educação, a enveredar pela criminalidade. A segunda, por sua vez, demonstra a mentalidade maldosa dos adolescentes criminosos. Por saberem que não podem ser presos e por terem conhecimento de que, ao atingirem a maioridade, terão ficha criminal limpa, os jovens brasileiros cometem crimes deliberadamente (tráfico de drogas e roubo qualificado apresentam os maiores índices de ocorrência), assegurados por leis obsoletas. Há, atualmente, cerca de 192 mil menores de idade cumprindo medidas socioeducativas no Brasil, um número assustador que é o reflexo da realidade do País. Visto que o aumento da criminalidade entre os jovens atinge todo o Brasil, nota-se a necessidade de intervenção nacional. A criação de políticas públicas de inclusão social em comunidades da periferia, bem como o aumento de investimentos tanto na educação básica quanto nos cursos profissionalizantes, buscando consolidar a educação como único caminho para ascensão social reduziria a quantidade de jovens criminosos. Ademais, visando a acabar com o sentimento de impunidade dos adolescentes, vê-se a inevitabilidade de intensificação das punições aplicadas aos menores infratores, além da ressocialização deles por meio do estudo obrigatório, para, assim, reconstruir a sociedade transformar a juventude do País.