Durante o século xix, eclodiu no Brasil a escola literária naturalista, em que seus autores buscavam denunciar as baixesas sociais da época, na qual eles associavam o meio e suas mazelas como fator principal na construção dos personagens. A partir dessa análise, é possível destacar que nos dias atuais essa tese se mantém, onde lugares marginalizados socialmente são ambientes propícios ao crescimento da criminalidade, inclusive entre os jovens. Faz-se necessário observar, sobretudo, que assim como afirmava Rousseau, o homem é produto do meio em que vive. Portanto, jovens segregados socialmente, com ensino público de baixa qualidade, estarão suscetíveis às más influências e a se integrar ao crime. Inclusive os que forem internados por alguma infração grave, poderão tornar-se ainda mais perigosos, caso não exista uma política reeducadora e inclusiva de fato. Em vista da baixa qualidade na formação dos adolescentes infratores em algumas regiões do Brasil, como a Norte, é possível prever que as medidas que foram tomadas até então terão caráter paliativo e pouco eficaz. Além disso, irá crescer o número de casos de reincidência. Logo, assim como na biologia a melhor maneira de se evitar um surto de uma doença é a profilaxia, como a vacina; na sociedade, a melhor forma de diminuir a criminalidade é a educação. Tem-se, portanto, que os contos naturalistas produzidos aqui no Brasil mostram que mesmo após dois séculos, o meio ainda condiciona o homem. Sendo assim, visando mudar essa perspectiva, o governo deve implantar escolas com ensino de qualidade em comunidades carentes, e estas por sua vez, devem oferecer atividades extracurriculares, visando atenuar a influência do crime sobre as crianças. A família por outro lado, também deve buscar instrução profissional através de cursos, para que a boa influência prevaleça.