Roubos, sequestros e homicídios representam algumas das inúmeras ações relacionadas ao mundo do crime, crescente entre os jovens. Tais ações são recorrentes em virtude de uma desigualdade social, bem como pela influência do meio o qual estes vivem. Desde a chegada dos imigrantes italianos para o Brasil, boa parte dos negros, recém-libertos, passaram a povoar a periferia das cidades, tendo condições precárias de vida, fator determinante para ficarem à margem da sociedade. Algo que teve continuidade, atingiu- e ainda atinge muitos jovens, como é bem representado na obra “Capitães da Areia”, de Jorge Amado, o qual denota a vivência entre os jovens, desamparados pela sociedade, tendo o crime como recorrência para os personagens. Nos dias atuais, a realidade de exclusão não é muito diferente, já que o aumento da criminalidade entre os jovens é notória. Cada vez mais, para aqueles mais pobres, negros e não escolarizadas os mecanismos de inclusão e equidade social se apresentam de forma tímida, favorecendo a entrada de muitos ao mundo do crime, principalmente, pelo do tráfico de drogas que ao recrutar tais grupos, mobiliza o desejo de ostentar e consumir bens como, celulares, carros e objetos valiosos, afastando-o das ações éticas. Desse Modo, muitos desses jovens como resultado desse meio violento possuem um lar desestruturado, baixa escolaridade e estão distantes das oportunidades, o que comprova o “Determinismo Geográfico” de Friedrich Ratzel, pois esse convívio de negações, deixa fragilizada a inserção positiva do sujeito na construção de sua comunidade, uma vez que, quando tentam mudar essa realidade têm sua sentença de morte decretada. Entretanto, a responsabilidade de envolver os jovens em espaços sociais saudáveis favoreceria perspectivas diferentes das que abrangem a criminalidade. Nessa perspectiva, para que haja o fim desse cenário de criminalidade entre os jovens, é imprescindível o esforço coletivo. O Estado deve reconhecer a questão e assegurar políticas de educação, arte e lazer que promovam o protagonismo juvenil; as instituições de ensino, como canal de debate, podem desenvolver projetos e palestras que conscientize crianças e jovens sobre as consequências do crime. Ainda, os órgãos responsáveis pelos jovens infratores precisam adotar medidas socioeducativas eficazes, como ajudar comunidades carentes ou ler livros, para evitar a reincidência. Ademais, a a mídia mediante disseminação de ideias e campanhas conscientizadoras, deve levar o indivíduo a discernir sobre ações que não comprometam o futuro. E, ainda, o próprio indivíduo deve buscar, em si, posturas éticas que o façam agir com consciência, pois, como dizia Immanuel Kant: " O ser humano é aquilo que a educação faz dele."