Título da redação:

A Criminalidade Como Ato Natural

Tema de redação: O aumento da criminalidade entre os jovens brasileiros

Redação enviada em 26/08/2017

Segundo o filósofo Thomas Hobbes, o homem é o lobo do homem. Nesse sentido, no estado de natureza, o ser humano vive em constante guerra, necessitando de um estado que se imponha para impedir isso. Assim, no Brasil, encontra-se um cenário semelhante, em que os jovens crescem no meio da guerra e a praticam como um ato natural, não sendo impedidos plenamente pelo estado, que carece de competência educacional e jurídica. Em primeira análise, é importante ressaltar que o sistema educacional está cada vez mais "mecanizado", voltado apenas à profissionalização dos alunos, deixando de lado a parte de educar propriamente dita. Nas escolas é mais comum encontrar estudantes decorando as características da moral e da ética para passar nos testes do que realmente aptos em praticá-las. Como consequência disso, a perspectiva social do jovem não é plenamente construída e, assim, não diferenciam o certo e o errado de uma sociedade. Isso faz com que pratiquem atos criminosos, que segundo os dados da Secretaria da Segurança Pública, são registrados diariamente nas escolas. Dessa maneira, na visão política, o menor passa a não cumprir o contrato social vigente, acarretando em conflitos entre a sociedade e o infrator. Além disso, em segunda análise, o sistema jurídico brasileiro para com os jovens é crucialmente falho. Desse modo, o fato da punibilidade ao infrator ser mais severa a partir da maioridade penal faz com que se intensifique nos jovens a ida ao crime, pois, motivados pela imparciabilidade jurídica em relação a eles, acreditam que podem realizar determinados atos sem grandes punições. Logo, na perspectiva do sociólogo Durkheim, há um estado de anomia nos jovens, desprovidos da noção de regras e leis que são estabelecidas na sociedade. Conclui-se, portanto, que o aumento da criminalidade pelos jovens tem base na falha da formação desses. Para mudar essa situação, o Ministério da Educação deve reformular o ensino, focando os primeiros anos escolar na formação do indivíduo, propondo estudos e aplicações da disciplina e das leis, visando formar cidadãos conscientes de como viver em sociedade. Ademais, é necessário que o Judiciário e o Estatuto da Criança e do Adolescente revise as medidas atuais para com jovens infratores e passe a julgar de acordo com a severidade do ato e não restritamente com a idade, a fim de estabelecer medidas socioeducativas coerentes com o crime praticado e fortalecer a consciência de que a lei está para todos.