Com o advento da internet, em 1992, a sociedade sofreu mudanças impactantes em seu modo de vida anterior: Livros foram substituídos por sites e fatos pela opinião de usuários. Na última década surgiram alguns movimentos criados por usuários e embaçados pela rede, o chamado cyberativismo, que em alguns casos toma proporções gigantescas e move sociedades inteiras em prol de uma causa, independente da validade política desta, e sim, por agradar o imaginário popular. Em 2014, iniciadas por grupos nas redes sociais, foram realizadas milhares de manifestações pelo Brasil contra a Copa do Mundo. Inicialmente, contando com um grupo de cerca de 6 mil pessoas descontentes com o evento, esse grupo e a iniciativa foram amplamente divulgados e em menos de um mês cerca de 20 milhões de pessoas já estavam envolvidas. Esse é apenas um exemplo do poder do ativismo digital no quesito de união de pessoas, podendo ser citados uma grande quantidade de outros, como a Primavera Árabe, movimento dos jovens árabes iniciado em 2010, e o movimento Fora Dilma, iniciado no primeiro semestre do mandato da presidenta. Além dessas propostas sociais, também é possível conseguir fundos para projetos a partir da rede, o que não deixa de ser uma causa social. Sites como o Causa Coletiva, possibilitam que usuários de qualquer lugar do mundo realizem doações para projetos que acham válidos, o que demonstra uma grande inversão de valores quando comparados com os do século passado. Na década de 50, para se investir em um projeto, era necessária uma apresentação deste, conversa com os cientistas e uma infinidade burocrática. Hoje não. Uma simples leitura de um resumo em um site determina o que ou não apoiar para muitos usuários, o que é extremamente preocupante, pois permite que estes sejam facilmente enganados por indivíduos de má índole. As redes sociais tornaram-se mais do que apenas um espaço para compartilhar informações pessoais, do mesmo modo que a internet também não é mais utilizada apenas para diversão. Logo, tendo em vista a atual situação, é imperativo que esses ativistas digitais sejam incentivados, desde que suas ideias mantenham um padrão jurídico aceitável. Também é necessário que seja instituída uma proteção maior ao internauta, de modo a garantir que este não seja enganado por falsos projetos. Assim, esses ativistas e cientistas da era digital estarão seguros, bem como seus correligionários.