Título da redação:

Engenharia democrática

Tema de redação: O ativismo social e a repercussão cultural, política e social nas redes digitais.

Redação enviada em 29/09/2015

“Ninguém tem liberdade para ser livre: pelo contrário, luta por ela precisamente porque não a tem”, pregava Paulo Freire. Em um Brasil cuja a corrupção é praxe e os líderes políticos são, em grande número, enganadores, o ativismo social representa arma expressiva nas mãos de homens e mulheres comprometidos com a justiça. É manifesto de esclarecimento frente a corrupção do Estado, e garante o exercício da liberdade. É grito ecoado para milhões pelo simples “postar” ou “compartilhar”, dado que o cyber-mundo é hoje o mundo propriamente dito. E no plano social há a necessidade de mudanças. Basta dar o “login”. “Como você está se sentindo?”. O ciberativismo reformulou a maneira do brasileiro fazer política. Em 2010, a Lei da Ficha Limpa fora promulgada em vista das mais de um milhão de vozes que tiveram vez através de um abaixo-assinado organizado pela plataforma online Avaaz.org. Por conseguinte, no ano de 2013, a campanha “Vem pra rua” comoveu as massas a insurreição no país. Um ponto é suscitado, o que ambos os movimentos têm em comum? Foram catalisados pelo protagonismo das redes sociais. Essas referências, assim pois, configuram como exemplos de benefícios ocasionados pelo desempenho da edificação democrática por meio da internet. Despertar o cidadão para o seu papel político dessa forma é fomentar um guerreiro para a batalha pelo presente e futuro da nação. “Publicar”. É requerida uma posição do civil na luta pelos seus direitos. “A página da web brasil.com lhe convoca para” fazer a diferença. Debater e trocar informações, difundir e mobilizar pelo progresso nacional. A oportunidade de transformação fora dada de forma franca por intermédio da evolução tecnológica. Com a mesma expectativa que um vídeo de um gatinho no Youtube chega a 100 milhões de visualizações, o repúdio a violência e negação de direitos infligida aos homossexuais, mulheres e sindicalistas pode ser explicitado para semelhante percentual de pessoas. Ser neutro num ambiente tão efervescente como a internet tornou-se antipopular. O internauta quer opinar. Logo, o mesmo internauta que também é cidadão, deseja evoluir. Cidadãos, o atual tempo das revoluções que se dão por um clique demanda mais destes. Duas pessoas compartilharam. 123 gostaram. Mas nem todas elas têm ciência do poder inerente as suas ações. E a repercussão de causas nobres a exemplo das já tratadas, infelizmente, instiga criminosos estelionatários a abrir campanhas pró-mudanças para obter acesso aos dados pessoais dos que, ingenuamente, cooperam para a suposta ação. Todavia, o bom-senso é o remédio para sanar esse mal. Um site de má procedência é de fácil identificação, e são avaliados e eliminados rapidamente da plataforma em que estão hospedados. Não acessá-los enquanto existentes é uma maneira de evitar potenciais transtornos. O “clicativismo” não é de um todo incorruptível e faz-se necessário a diligência daqueles que interessam-se em participar. A integralidade da democracia é produto de dura peleja, e é aqui que o ativismo social desatasse como característica da geração contemporânea. Faz-se nota de que a liberdade é uma tese constitucionalmente legal, mas a sua completude só é produzida pela construção e desconstrução de tabus, que fixados, lesam, e confrontados, são vencidos. A sociedade já está munida das ferramentas para o progresso, tal qual são as suas redes sociais. Contudo, para que elas se convertam, de fato, em objetos de mudança, a ação do homem para com elas deve ser literal também no estado off-line, em virtude de que a revolução iniciada na rede apenas se fundamentar na prática. Feito isso, o civil poderá, finalmente, fazer o “logoff”.