O cyberativismo é um fenômeno social presente no mundo todo com potencial para mudar completamente a própria ideia que se tem do ativismo tradicional. Ele consiste no uso da Internet para expressar opiniões e reivindicar mudanças sociais e políticas, seja de forma virtual ou como ferramenta para reunir pessoas no mundo real. Porém, como toda estrutura sociopolítica, o ativismo digital apresenta falhas. Uma delas é a possibilidade de interpretação parcial dos fatos, ou seja, de que os cyberativistas contentem-se com informações rasas sobre os fatos e tomem conclusões precipitadas sobre eles, lutando por causas fictícias ou infundadas. Além disso, a possibilidade de cada internauta liderar um movimento, que o ativismo social oferece, pode acarretar protestos sem foco específico, como os ocorridos em junho de 2012. Nesses casos, os protestos terminam sem atingir seus objetivos iniciais, ou no máximo com alguns avanços. Outra questão a ser levantada é a falsa homogeneidade desse fenômeno. O cyberativismo depende essencialmente do acesso à rede, sendo que sua presença está longe de ser uma unanimidade entre os países ou até dentro de um mesmo país. Desta forma, não há uma participação expressiva dos setores periféricos da sociedade, sendo estes os que mais necessitam de mudanças sociopolíticas para propiciar sua inclusão social. Portanto, algumas medidas devem ser tomadas de modo a corrigir tais falhas desse sistema. Uma delas é a criação de debates nas escolas sobre assuntos de destaque na mídia, a fim de despertar a capacidade crítica do jovem, potencial ativista digital. Outra medida possível é o redirecionamento de cyberativistas signatários de petições online para ONGs que lutem pelas causas presentes na petição, sendo que isso deve ser feito pelo próprio site em que se encontram tais documentos. Por fim, a criação e ampliação de centros de acesso gratuito à Internet também deve ser feita, de forma a assegurar a participação de todos os membros da sociedade nesse fenômeno social contemporâneo.