A disseminação do uso das redes sociais tem disponibilizado um enorme gama de notícias, opiniões e ideologias distintas que facilitam o agrupamento de pessoas com pensamentos comuns, em prol de um interesse único, seja ele benéfico à sociedade ou não. Muitos movimentos sociais como feminismo, que busca equidade entre gêneros, o grupo LGBT e os negros, que lutam pelo fim do preconceito e da exclusão social, se expandiram e alcançaram proporções mundiais, graças à interatividade ofertada pela internet. Da mesma forma, muitos grupos preconceituosos e fundamentalistas religiosos, têm usado a rede para propagar seu discurso de ódio, violando os direitos humanos com a desculpa de “liberdade de expressão”. É preciso deixar claro que a liberdade de expressão não pode ser usada para diminuir culturas e etnias ou para o próprio terrorismo. A falta de regulamentação do ativismo social nas redes facilita propagação da violência e até mesmo crimes de ódio. Em 2014, em resposta à violência persistente nas capitais brasileiras, surgiram grupos de justiceiros em todo o país, que agiram sem qualquer julgamento ou deliberação de ações dos “criminosos”, para fazer justiça com as próprias mãos. Resultado: pessoas inocentes foram amarradas, linchadas e violentadas em movimentos orquestrados em redes sociais, o que seria dificultado se houvesse um órgão regulador de movimentos realizados em rede. Apenas a regulação não é suficiente, já que é preciso que existam leis específicas para crimes virtuais. Mesmo sendo difícil a atuação da polícia nos casos virtuais, o empenho deve ser total, já que é o meio social mais frequentado atualmente. É de vital importância para a redução de crimes virtuais, que o preconceito seja desconstruído no âmbito familiar, escolar e principalmente por meio da mídia, que possui o poder de formar opiniões. Com uma sociedade mais informada e humanizada, é possível que a atuação nas redes também o seja e que a repercussão desse ativismo social seja apenas construtiva.