Além de humoristas, poetas e intelectuais, as redes sociais os transformaram em ativistas políticos. O ativismo digital está cada vez mais presente em nosso cotidiano, provocando nas pessoas um sentimento de poder e dever de compartilhar assuntos em que não possuem nem ao menos conhecimentos suficientes para uma discussão informal. Esse “fenômeno” acontece pelo simples fato da necessidade de se sentirem presentes no meio virtual. A maioria dessas pessoas acreditam que assinando petições online, confirmando presença em protestos, ou até mesmo em churrascos, já estariam resolvendo os problemas sociais. No entanto, esses movimentos não passam de uma balada itinerante, onde seus membros estão mais preocupados com a diversão do que com a causa social. Todo esse processo não passa de um carnaval fora de época, onde não há comprometimento algum com o real problema social abrangido. Compartilhar não é o mesmo que se comprometer. Certamente a rede social propaga informações de uma maneira única, porém, não podemos trata-la como uma ferramenta mágica. Devido ao excesso de informações encontradas no meio virtual, acabamos nos distraindo e nos afastando das preocupações reais encontradas no meio social. Deste modo acabamos tendo uma relação meramente superficial com a sociedade em si, obtendo mais destaque nas redes sociais do que na vida real. O Estudo espontâneo de Mubarak nos mostra que o problema que encontramos hoje pode ser resolvido com os métodos aplicados pelo mesmo. Esse método mostra que em um dado momento o presidente do Egito interrompeu a comunicação das redes sociais e isso fez com que as pessoas saíssem às ruas em busca de informações, e assim, elas passaram a se organizar e formaram um grupo que iniciou uma série de revoluções chamada de “Primavera Árabe”. Neste caso a interrupção do meio virtual acelerou as manifestações e os movimentos revolucionários. Em suma, o ativismo social e digital continuará presente em nosso meio e sua repercussão só tende a crescer com o passar do tempo. A questão é, conseguiremos conciliar o meio digital com o social de maneira sábia ou continuaremos confirmando presença em eventos que nem ao menos compareceremos? A tecnologia tem poder suficiente para nos auxiliar nesse sentido, só precisamos saber usa-la de maneira correta.