A globalização mundial tem causado diversos impactos na vida das pessoas, e um dos mais principais é as redes sociais. Nas últimas décadas, o acesso às redes tornou-se praticamente universal, e possibilita um maior alcance à informações relevantes, como questões relacionadas à política e saúde. As redes digitais tornam atividades como o ativismo social e o exercício da cidadania mais acessíveis e fáceis a todos os brasileiros. Os maiores e mais fortes movimentos sociais do Brasil poder ter tais títulos devido a vários motivos, mas principalmente pela abrangência que os mesmos têm nas redes sociais. Em 2013, por exemplo, o Movimento Passe Livre fechou a Avenida Paulista com mais de 4 mil pessoas, e praticamente tudo foi combinado por meio de um evento criado na página do Facebook. Além de ajudar na preparação da intervenção, as mídias digitais foram essenciais na repercussão da passeata, chamando a atenção de milhares de pessoas. Ou seja, os movimentos sociais da atualidade usam as redes como ferramentas para impactar pessoas que não ficariam sabendo de suas ações, além de todo um país, o que impede a restrição deste ativismo somente à região de atuação do mesmo. Porém, a ação das redes não influencia somente o ativismo presencial, e o mundo digital oferece outra possibilidade para quem não compactua com este tipo de intervenção. As plataformas digitais fortalecem diariamente movimentos que atuam em diversos âmbitos: ambientais, políticos e sociais, o que faz com que estes tenham cada vez mais adeptos. Diversas campanhas, uso em massa de “hashtags” e petições online são tão válidas e tão eficientes quanto um protesto físico. Um grande exemplo foi quando, em 2016, a comunidade virtual se uniu com o feminismo para pressionar a carreira do Mc Biel, que foi acusado de assédio sexual por uma jornalista. A repercussão midiática do caso foi enorme, e o país todo teve contato com o movimento feminista e seus preceitos, que ganhou mais apoiadores. Contudo, muitas pessoas associam ativismo digital com impunidade, o que é um sério problema. Medidas como a criação de selos digitais, padronizados no mundo todo e em todas as plataformas, que garantam a legitimidade dos movimentos e de seus perfis, e campanhas propagadas nas próprias redes visando à investigação e a punição, por meio dos Poderes Legislativo e Judiciário, de crimes digitais auxiliariam no crescimento saudável do ativismo social digital no Brasil.