Com o advento dos meios de comunicação virtual, o número de publicações relacionadas a questões sociais cresceu enormemente. De modo que as possibilidades de protestar e exigir melhorias se tornaram quase ilimitadas. Todavia, apesar do crescente apelo das reivindicações cibernéticas, é possível perceber que, por vários motivos, as manifestações presenciais estão perdendo força gradativamente. O primeiro e mais importante desses motivos é a sensação de dever cumprido que se tem ao divulgar algo nas redes sociais. De fato, é possível observar a existência de várias pessoas que compartilham fotos de pessoas passando por situações difíceis em lugares distantes como África e Ásia mas que ao ver um mendigo se aproximando de seus carros, fecham o vidro como se não estivessem vendo nada. Muitos creem que esse tipo de situação está se tornando cada vez mais comum graças ao fato de que várias pessoas atualmente, preferem acreditar que atuar através das redes sociais irá mudar alguma coisas. Além disso, há também o fenômeno das "super manifestações". Nos últimos anos, graças à grande difusão da internet, convocar pessoas para alguma manifestação - algo que a alguns anos atrás era muito difícil - é algo muito simples, bastando para isso alguns "clicks". Talvez, justamente por isso, ou seja, por não haver grande engajamento por parte dos manifestantes, os protestos estão se tornando tão efêmeros . Por fim, é notória a influência cultural na decadência do ativismo social. De fato, vive-se hoje, com o incremento da globalização, a era das relações líquidas, como diria Zygmund Bauman. Isso acaba, por vezes, se refletindo no comportamento político dos cidadãos. Talvez as próprias manifestações de 2013 reflitam bem a instabilidade emocional de grande parte da sociedade. Diante do que foi exposto, percebe-se que é necessário um maior engajamento político por parte da população. Para isso, é imprescindível que haja nas escolas, desde cedo, em aulas de filosofia e sociologia discussões que mostrem a importância do ativismo social. Com isso, em um futuro próximo, teremos, com sorte, cidadãos que não apenas compartilharão fotos de pessoas em situações precárias como também as ajudarão