No seu mais amplo espectro, a cultura abrange distintas formas e expressões humanas, indo da simples manifestação artística até a forma como uma sociedade se organiza. Sendo assim, dada às condições socioeconômicas desfavoráveis do nosso país, diversos segmentos da cultura não chegam às camadas mais carentes da nossa sociedade, configurando então, um cenário elitizado da cultura em questão. Segundo a UNESCO, o consumo de arte no Brasil encontra-se totalmente carente, haja que muitos brasileiros nunca visitaram, por exemplo, museus ou exposições de arte. Esse problema pode ser atribuído ao fato de que uma grande parcela da sociedade não se dispõe efetivamente destes veículos culturais, uma vez que por condições financeiras precárias são incapazes de financiar o acesso a esses meios, além de não conseguirem também, arcar com as despesas de cinemas, literatura ou internet. Além do mais, a pouca visibilidade e investimento nas culturas nacionais é um fator que agrava ainda mais a democratização cultural. Um exemplo que ilustra sobremaneira esse fenômeno é o fato de que o nosso atual governo cogitou a absurda ideia de desintegrar o Ministério da Cultura, expressando então, o descaso e despreocupação dos governantes com essa área no país. Por consequência, torna-se cada vez mais difícil alcançar uma efetiva distribuição igualitária da cultura no país. Segundo Louis Bonald, influente filósofo francês, a cultura é capaz de formar sábios assim como a educação, homens. Dessa maneira, podemos perceber a relação entre educação e cultura e então analisar a importância de promovê-las em uma sociedade. Assim sendo, uma forma de diminuir o problema supracitado é expandir o acesso da cultura em regiões menos favorecidas, através da criação de órgãos municipais que promovam tal acesso. A importância do poder municipal pode ser explicada no fato de que o Brasil, por conter um extenso território apresenta tais problemas de formas diferentes e as medidas municipais poderão ser mais dinâmicas, adequando-se aos problemas locais.