As manifestações culturais no Brasil sempre revelaram o domínio e a imposição de poder sobre o outro, o que pode ser percebido por meio da literatura de informação do século XVI, que trouxe à tona o preconceito assumido pelos europeus frente as expressões indígenas. Atualmente o país passa por um contexto no qual o acesso à produção cultural é restrito, refletindo processos históricos e consequências de um modelo produtivo de organização. O processo histórico mencionado faz alusão à época da história brasileira que passou por mudanças com a chegada da família real portuguesa. No Período Joanino pôde-se observar a vinda de missões artísticas e a instalação da Biblioteca Real como importantes medidas para o cenário do país. Apesar disso, o acesso era restrito às elites, deixando às margens a maioria da população. Como defende George Hegel, esse fato se associa ao contexto atual, uma vez que não houve um processo de descentralização do poder elitista vigente, levando a uma síntese de que hoje o acesso à cultura se comporta como um reflexo de um processo que ocorreu no passado. Além do aspecto elitista da sociedade brasileira, o empecilho das relações econômicas a partir das Revoluções Industriais torna-se um fato a ser analisado. A tendência à padronização criticada pelos filósofos Adorno e Horkheimer é um problema para a cultura na medida em que se torna uma restrição ao consumo, ou seja, a massificação gera produtos mais baratos permitindo o acesso e alienação, ao contrário da verdadeira produção cultural, que tem como objetivo levar os indivíduos à reflexão. Assim, assuntos banais que dão lucro às mídias entram em um ciclo, restringindo a população de modos de expressão realmente dotados de significado. Pode-se afirmar, portanto, que o país sofre com problemas sociais derivados de antecedentes históricos e obstáculos econômicos os quais precisam ser combatidos. Para isso, o Ministério da Cultura deve buscar mais alternativas visando garantir o acesso das expressões artísticas ao povo, a exemplo do “Vale-Cultura”, visto que a desigualdade social é um aspecto marcante no Brasil. Além disso, o Ministério da Educação deve promover a conscientização de jovens e crianças nas escolas por meio de uma luta contra a massificação de conteúdo, culminando com o desenvolvimento de cidadãos capazes de entender a política e usá-la a favor de uma produção cultural de caráter integrativo.