Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O acesso à produção cultural em questão no Brasil

Redação enviada em 11/07/2017

Na década de 80, no governo do então presidente José Sarney, foi criado no brasil o Ministério da Cultura objetivando promover uma identidade nacional por meio do acesso democrático às artes culturais. Entretanto, quase 30 anos depois, é possível afirmar que esse acesso não alcançou toda a população. Mormente, é preciso entender os fatores internos no Brasil que dificultam o contato de todos os cidadãos à cultura. De acordo com José Saramago, a democracia em que vivemos é uma democracia sequestrada, condicionada, e amputada. De fato, o alto preço de entrada em cinemas, museus e exposição de artes, o custo exorbitante de livros e discos, a distância física de apresentações de teatros formam uma barreira social, na qual a camada mais abastarda não usufrui de seu direito previsto na Magna Carta, que presa pelo acesso democrático à cultura. Fato é que segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 92% dos brasileiros nunca foram ao museu ou exposição de arte. Outrossim, é fundamental salientar a conjuntura externa, a qual acentua a restrição de contato com a cultura. Hokheimer e Adorno definiram como indústria cultural o modo de fazer cultura a partir da lógica capitalista, a qual tende a produzir padrões para agradar o consumidor. Assim, no Brasil, no qual o governo já não promove o acesso democrático a todos os cidadãos, essa indústria cultural acentua a exclusão, na medida em que os indivíduos adotam esse padrões, uma vez que não tem contato profundo com a arte, restringindo seu campo de conhecimento, deixando-os vulneráveis a essas influências. Fica claro, assim, que no brasil, o restrito acesso à cultura tem como fatores elementos internos ao país, como também influências externas. Destarte, é imperativa a ação da tríade governo, escola e ONGs. Ao governo, por meio do Ministério da Cultura, cabe a inserção da arte nas classes baixas, promovendo eventos gratuitos e também levando sessões de teatro, música e dança nas periferias por meio de associações público-privadas. À escola, por sua vez, é fundamental a promoção de excursões a acervos e museus, por intermédio das Secretarias de Educação. Por fim, as ONGs têm papel imprescindível nessa inserção, como nos projetos de geladeiras literárias, as quais doam livros para quem não consegue adquiri-los ou saraus gratuitos, a exemplo do Cooperifa.