Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O acesso à produção cultural em questão no Brasil

Redação enviada em 10/07/2017

A estada da família real portuguesa, iniciada em 1808, inaugurou os investimentos em cultura no Brasil. Esse esforço da Coroa advém da notoriedade desse âmbito na mentalidade europeia. No século XXI, porém, ainda não observa-se tal relevância no contexto brasileiro. O contato é prejudicado por fatores estruturais da sociedade, fazendo com que a diversidade do país seja desconhecida por seus próprios progenitores. Em primeira instância, é importante ressaltar o fracasso na construção do hábito de consumir cultura. Segundo Kant, o Homem é aquilo que a educação faz dele. Sendo assim, seria incoerente não relacionar esse quadro à escola. A prática de uma grade extremamente conteudista e voltada para matérias tradicionais implica em alunos ignorantes quanto a produções artísticas, por exemplo, já que não entram no formato. Além disso, há a dificuldade no acesso. De acordo com a Unesco, a maioria dos brasileiros, pertencentes às classe C, D e E, não tem condições financeiras de custear essa aproximação. Até mesmo a internet, que é a grande facilitadora nesse processo, não está disponível na realidade do grupo. Logo, o fenômeno torna-se inerente à elite, cuja contribuição representa a exclusão daquela grande minoria, visto que, enquanto consumidora, dita o que é produzido. Por fim, quando as barreiras supramencionadas são milagrosamente ultrapassadas, o cidadão depara-se com ofertas vindas da chamada - por Adorno - indústria cultural. Essa objetiva a cultura de massa, que não valoriza as particularidades nacionais. Como em uma esteira de uma fábrica, há o mesmo repetidamente: os interesses da nata. A diversidade brasileira, por sua vez, perde-se diante do mundo capitalista. Depreende-se, portanto, que a estrutura enraizada na vida da população precisa ser modificada. Para isso, o Ministério da Educação deve não só incluir, na ementa escolar, uma matéria voltada ao estudo antropológico e social, mas também proporcionar aos estudantes a prática de manifestações culturais. Outrossim, é imprescindível que o governo federal crie bolsas de ajuda ao capital familiar de baixa renda, como o Vale-Cultura, anulando a marginalização. Por último, o Ministério da Cultura tem que dar suporte a projetos brasileiros que visem à difusão da cultura local, utilizando-se de, por exemplo, baixas taxas de financiamento. Dessa maneira, o Brasil caminhará para uma forte identidade nacional, a qual fará frente a um Ocidente cada vez mais homogeneizado.