Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O acesso à produção cultural em questão no Brasil

Redação enviada em 10/07/2017

O período colonial no Brasil foi marcado por grande desigualdade no acesso às produções artísticas, pois apenas a elite local usufruía da arte europeia trazida para as terras tupiniquins. Desde então, esse cenário de exclusão ainda persiste na sociedade brasileira. Hoje, tornar democrático e igual o contato das diversas classes sociais com produtos culturais é um desafio para o futuro do Brasil. É importante discutir, antes de tudo, sobre as dificuldades financeiras e espaciais com relação ao acesso à produção cultural. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 71% dos entrevistados acreditam que os preços altos são empecilhos na hora de usufruir dos bens culturais. Ademais, 63% percebem os locais de exposição como distante do lugar onde moram. Esses dados evidenciam que há desigualdade de condições para ter contato com a cultura no país, já que a disposição central dos espaços culturais nas maiores cidades elitiza a arte e dificulta o acesso de pessoas que moram nas periferias e em cidades pequenas, ocasionando uma exclusão cultural. Além das dificuldades supracitadas, é necessário analisar o modo como a arte é gerada no país. A produção cultural no Brasil é baseada sob um olhar mercadológico, que visa classes sociais mais favorecidas e cria uma noção de vida ideal que se distancia da realidade da maioria da população. Essa ideia embasada nas teorias de Adorno e Horkheimer, tenta maximizar a venda e o lucro do produto e, assim, provoca a falta de identificação do indivíduo com as obras culturais, além de ocasionar a falta de interesse em procurar, entender e dialogar sobre a arte pura e livre de interesses. Torna-se evidente, portanto, que o acesso à produção cultural no Brasil precisa ser democratizada e a arte precisa dialogar com o indivíduo. Para isso, o Ministério da Cultura (Minc), por intermédio da Lei Rouanet, deve oferecer mensalmente ingressos de espetáculos a pessoas de baixa renda cadastradas em programas como o bolsa família para que possam acessar a cultura produzida no país e analisarem a arte nacional em exposição. Outrossim, por meio de investimentos do Minc, graduandos de teatro de universidades públicas poderiam percorrer bairros periféricos e cidades menores em ônibus com livros e preparados para se tornarem palcos. Logo, a plural arte brasileira de cada canto das cidades será divulgada a partir da participação dos moradores locais nas peças culturais produzidos em cada comunidade. Ao gerar esse contato das pessoas com arte, o Brasil pode tornar o acesso à cultura mais democrático e se desfazer de um laço histórico de desigualdade.