“A cultura está acima da diferença da condição social”. Embora verdadeira, a frase Confúcio não abrange a realidade brasileira, em que a cultura apresentada por meio de espetáculos, livros e museus que não estão ao alcance de toda a população. Embora se diga que a globalização e os meios comunicacionais como a internet, o cinema e a televisão tem propiciado uma acesso mais igualitária a cultura, o contato do povo com estes meios não se faz unânime e é ainda restrito pelo alto preço e a intervenção da cultura de massas. Sobretudo, vale ressaltar que historicamente a cultura no Brasil era apreciada somente pela Elite. A ida a teatros e museus, e o contato com a literatura era um meio de segregação que permanece ainda hoje, seja pela escassez de espaços culturais ou o preço nada convidativo as classes menos favorecidas. Ademais, a internet não está a alcance de todas regiões e classes do país. Por outro lado, o apreço por esses fatores não é estimulado desde cedo, isso indica que há ínfimas chances de uma preocupação em pressionar o poder pelo devido acesso a esses meios. Visto que, não é estimulada a importância por meio das escolas e nem pelo órgão responsável do governo Outrossim, a famosa indústria cultural que menciona Adorno, ao mercantilizar tais produções, gerou também uma massificação e a criação de conteúdos de fácil apelo a clichês e superficiais, que em nada contribui para uma formação. Com efeito, há uma padronização e perda de cultura como forma de expressão social. A televisão é um claro exemplo da propagação de alienação e conteúdos de baixo valor, desestimulantes a pensar e a consumir programações de qualidade, o que inclui frequentar desde exposições a espetáculos ou ler um livro. Nesse contexto, o indivíduo passa a ser limitado a um tipo artificial de instrução, mesmo porque não há na mídia incitação a peças teatrais, circos, exposições de arte ou frequentação de museus. Mediante os fatos expostos, é imprescindível que algumas ações sejam tomadas para amparar, de fato, o acesso à produção cultural no país. Para isso, o ministério da cultura deverá efetivamente promover um programa que seja disseminado pelas prefeituras das cidades, de incentivo a frequentação de espaços culturais, com subsídios aos mais pobres em valor de entrada, assim como a criação de instituições culturais em locais que não há. Paralelamente, urge as escolas públicas e particulares, um ensino que já na iniciação suscite a importância e a valorização das diversas formas de erudição. Destarte, a frase de confúcio poderá ter veracidade quando alocada ao Brasil.