O Brasil viveu, durante a Ditadura Militar, uma forte censura e repressão das manifestações culturais. Hoje, mesmo sem a censura, poucos brasileiros têm acesso à cultura, fato que mostra a desigualdade existente no país. Segundo a UNESCO, brasileiros das classes C, D e E não têm condições financeiras de custear o acesso à cultura. O valor da entrada do cinema é caro. O valor dos livros também e nem todos os municípios possuem bibliotecas. Até mesmo a internet, que no mundo globalizado pode ser vista como a maior facilitadora do contato coma produção cultural, não é acessível a todos. Os dados divulgados pela UNESCO mostram que o alcance da cultura é restrito à elite, que é minoria no Brasil. Além disso, as escolas no Brasil têm uma base curricular composta por disciplinas conteudistas que não possibilitam ao aluno a aproximação com manifestações culturais. Também é necessário perceber com qual finalidade a cultura é produzida. O sociólogo Theodor Adorno usava o termo “indústria cultural” para retratar o processo de produção e acesso à cultura. Conforme a ideia da indústria cultural, a cultura é transformada em um produto industrializado, importando apenas se o produto vai ser lucrativo e consumido em larga escala. Dessa forma, a cultura muitas vezes é produzida apenas para obter sucesso em vendas, quando na verdade deveria levar algum tipo de conhecimento ao público, público este que deveria ser formado por pessoas de todas as classes sociais. Para que todos os brasileiros tenham acesso à produção cultural, o Ministério da Educação deve adicionar ao currículo escolar obrigatório disciplinas voltadas ao estudo antropológico e social. As escolas devem realizar exposições de arte, eventos musicais e campeonatos esportivos. Outrossim, o Ministério da Cultura deve promover, por todo o país, eventos culturais gratuitos, como teatro e espetáculos de dança ao ar livre.