Na Roma antiga, a política do pão e circo era responsável por levar entretenimento e lazer à população. Além disso, o trabalho intelectual era defendido por muitos filósofos da antiguidade para a manutenção da qualidade de vida de qualquer pessoa. Porém, hoje, no Brasil, pelo grande índice de desigualdade e por demandar altos custos, o acesso à cultura é precário, deixando espaço para a pirataria. Em primeiro lugar, a nova ordem mundial colaborou para a má distribuição de renda, resultando nos contrastes sociais. Com o avanço do capitalismo, da mesma maneira como ocorria durante as Revoluções Industriais, as empresas começaram a se preocupar mais com o lucro do que investir em seus funcionários, estes que recebem salários (muitas vezes injustos) por seus serviços, não tendo assim renda para “comprar sabedoria” de boa qualidade. Desta forma, optam pela aquisição de produtos que violam os direitos autorais de seu criador, simplesmente por serem mais acessíveis economicamente. Em segundo lugar, a liquidez vivida no século XXI é também um agravante para a luta de classes. Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da modernidade líquida, nesta os indivíduos não possuem mais lugares pré estabelecidos no mundo onde poderiam se situar, no entanto devem lutar livremente por sua própria conta e risco para se inserir numa sociedade cada vez mais seletiva econômica e socialmente. Desse modo, muitos não possuem recursos para participarem de eventos culturais, como museus, teatro e cinema, e procuram assim, outros meios para se distraírem. Sendo assim, visto que o acesso ao conhecimento e à cultura não é um privilégio de todos, a mídia deve ampliar o debate sobre o problema da pirataria. Em acréscimo, o Poder Legislativo deve criar leis que provoquem melhorias nos preços dos produtos que são pirateados a fim de que estes cheguem até as classes menos favorecidas. Outra alternativa é que as prefeituras realizem em seus municípios eventos como feiras de arte que contem com entradas gratuitas para que aqueles que não possuam condições financeiras possam participar.