Em um país continental e heterogêneo como o Brasil, o acesso à produção cultural ainda é baixo, se considerarmos o tamanho da população brasileira. Para ampliar esse acesso, medidas de investimento público e privado em educação e infraestrutura são necessárias. Primeiramente, há que se considerar as porções mais esquecidas do território brasileiro, em que ainda faltam condições mínimas de saneamento básico e garantias mínimas de qualidade de vida. Nesses locais, a ampliação do acesso à produção cultural passa primeiro por investimentos público em infraestrutura, saneamento, acesso universal à educação básica, acesso a internet. Só através dessas garantias mínimas o acesso à cultura já teria uma ampliação significativa. Feita essa ressalva inicial, pode-se lembrar que mesmo em grandes centros urbanos, o número de pessoas que frequentam museus, assistem a peças de teatro e espetáculos de dança é pequeno. Nesse contexto, é desejável que haja um investimento, por parte dos estados e municípios, em eventos culturais como a virada cultural de São Paulo. Tais eventos garantem acesso livro a espetáculos diversos, além de promoverem a ocupação dos espaços públicos pela população. De maneira similar, investimentos públicos auxiliados por parcerias com a iniciativa privada, quando conveniente for, são necessários para a manutenção e divulgação dos museus existentes, porém frequentemente esquecidos nas grandes cidades. A questão do acesso à cultura em um país de realidades tal diversas como o Brasil passa necessariamente por um investimento público em educação e infraestrutura que se oriente com base nos diferentes contextos socioeconômicos existentes em cada localidade.