Título da redação:

No meio cultural cabem todos

Tema de redação: O acesso à produção cultural em questão no Brasil

Redação enviada em 09/07/2017

Com a colonização do Brasil entre os séculos XVI e XIX, a cultura local tornou-se uma aglutinação, disseminada pelos colonizadores europeus, índios e escravos africanos. Seguidamente, imigrantes italianos, japoneses, alemães, poloneses, árabes e demais vieram para agregar suas erudições na pluralidade brasileira. Logo, o acesso a teatros, espetáculos de dança, cinema, livros e bibliotecas torna-se necessário ao cidadão e um direito básico a cada um. No entanto, ainda grande parte da população presente não tem acesso a produções culturais e as desigualdades mostram-se como um problema a ser enfrentado. O cenário cultural brasileiro é marcado por dessemelhanças, pois fica à mercê do financiamento da iniciativa privada ou da abertura de editais de empresas estatais. Similarmente, o Estado coloca obstáculos na democratização da arte, por intermédio da mídia, exibem filmes, novelas e programas de entretenimento de forma a instigar a população a consumir. Isso impede que as classes populares tenham acesso as formas variadas de produção teatral e cinematográfica. Outrossim, a Lei Rouanet, que visa incentivar a cultura nacional, demonstra ser um método burocrático na arrecadação de recursos e dependente do Ministério da Cultura. Assim, mesmo depois de aprovado, o proponente arrecada fundos em empresas, essas por sua vez decidem o que será produzido no meio. Como já proferido pelo dramaturgo alemão Bertolt Brecht, "o acesso à cultura está ligado ao poder". Parafraseando a máxima do autor, é comprovado que a obtenção de tal recurso é privilégio de classes mádias/altas e detido pelo governo. Diante dos fatos referenciados, medidas paliativas mostram-se necessárias. O Estado deve focalizar políticas culturais nos níveis estaduais e municipais por meio da parceria com o Ministério da Cultura, com o fito de abranger áreas desfavorecidas e menos instruídas culturalmente. Ademais, cabe à população cobrar esses recursos das autoridades competentes, com petições e protestos públicos nas ruas, ao mesmo tempo exigirem um preço mais acessível a todos. Dessa maneira, a cultura será mais vasta.