A preocupação com o acesso à produção cultural está presente na contemporaneidade. Considerando esse contexto, podem ser discutidos as baixas condições financeiras para buscar o entretenimento, o escasso hábito de leitura, a falta de acesso à internet, por muitos cidadãos, para aumentar o nível cultural. Pode-se, então, avaliar o quão relevante é esse assunto para a sociedade brasileira. Em primeiro lugar, é preciso analisar os insuficientes salários das classes trabalhadoras. O pouco que se ganha serve apenas para suprir as necessidades básicas, tais como alimentação, higiene e vestuário. Sabendo disso, pode-se perceber que na maioria das vezes não sobra dinheiro para o entretenimento. Esta situação fora comprovada por uma pesquisa da Unesco: mais de 70% dos brasileiros nunca assistiram a um espetáculo de dança. Além disso, faz-se necessário atentar para o pouco hábito de leitura dos brasileiros. Isso porque a maioria dos livros estão concentrados nas mãos de muito poucos. E também porque o preço médio do livro é muito elevado quando se compara com a renda dos ocupantes das classes C/D/E. Vale, ainda, destacar a grande porcentagem de brasileiros que não tem qualquer acesso à internet, quer seja no trabalho, quer seja na escola, uma vez que falta disponibilidade ou qualidade de conexão. Essa situação pôde ser percebida por uma pesquisa realizada pela Internet.org. Segundo o estudo, cerca de 70,5 milhões de brasileiros – ou seja, 1/3 da população - não possui acesso à rede mundial de computadores, seja por banda larga, móvel ou fixa. E assim, como podem aumentar o nível cultural? Considerando o que foi discutido, fica evidente, portanto, que é essencial a focalização das políticas culturais nos níveis estaduais e municipais. Afinal, isso pode favorecer a superação deste quadro e reforçar a diversidade cultural como fator da sustentabilidade do desenvolvimento.