O acesso à cultura no Brasil mostra-se uma prática escassa. O país que outrora abrigou artistas mundialmente conhecidos como Jorge Amado e Tarsila do Amaral, se encontra em um contexto onde a produção cultural não é devidamente valorizada e nem possui forte apelo por parte da população. Assim, pode-se analisar esse enfraquecimento cultural a partir da falta de incentivo do poder público e das dificuldades de acesso das classes de baixa renda ao lazer cultural. A ineficiência do Estado em promover o crescimento do entretenimento cultural é um dos principais fatores responsáveis pelo distanciamento entre a população e as produções artísticas. A ausência ou abandono de espaços destinados a arte como teatros, cinemas e bibliotecas caracteriza a situação de muitos municípios brasileiros, principalmente das regiões Norte e Nordeste. Sem uma estrutura propícia a receber manifestações artísticas, a presença nessas cidades de peças e exposições torna-se menos comum e a população é privada do contato com a cultura. Ademais, o alto preço imposto pela indústria cultural aos seus produtos inviabiliza o usufruto do lazer cultural pela população de baixa renda. Livros, ingressos de cinemas e de peças teatrais agregam valores que atraem a classe média, mas dificultam seu apreço por indivíduos carentes. Isso causa uma grande desigualdade social quanto ao contato com o entretenimento cultural, na qual uma considerável parcela da população de classes baixas frequenta pouco ou não frequenta espaços como cinemas e teatros. Vistas as problemáticas que envolvem o acesso à produção cultural no Brasil, torna-se necessário a atuação do Ministério da Cultura por meio de medidas que visem afirmar o lazer cultural no país, como a criação e manutenção de museus, teatros e cinemas. Ademais, também cabem à esse ministério medidas que democratizem o acesso à cultura como a disponibilização de obras literárias para a população de baixa renda e a organização de periódicas peças teatrais gratuitas.