Walter Benjamim, sociólogo da Escola de Frankfurt, afirmou que a reprodução de obras de arte possibilitou a democratização da cultura, ou seja, permitiu que muitos indivíduos pudessem conhecer obras de arte famosas mesmo sem visitar museus ou galerias de arte. Entretanto, percebe-se que, mesmo com o desenvolvimento de tecnologias como a internet, nem todos os brasileiros têm acesso à cultura nas mesmas proporções devido a fatores financeiros e sociais. Um dos principais fatores que impede o fácil acesso à cultura no Brasil é a concentração de museus, teatros e cinemas em grandes centros urbanos. Por isso, muitas cidades brasileiras de pequeno a médio porte não possuem opções de entretenimento cultural para seus habitantes. Também é importante salientar que o alto custo dos ingressos para a entrada em museus ou teatros dificulta o acesso de grande parte da população, principalmente dos indivíduos que formam as classes média e baixa, que não tem condições de custear esses valores. Somado a isso, a desvalorização dos profissionais da arte também é responsável por dificultar o acesso à cultura no país. Metade dos artistas brasileiros não tem carteira assinada e, infelizmente, muitos ainda precisam desistir da arte para procurarem outro emprego que lhes garantam um salário no fim do mês. O poeta Manoel de Barros, por exemplo, só pode se dedicar exclusivamente à poesia aos 40 anos, após conseguir se estabilizar financeiramente, tornando-se o que ele denominou de “vagabundo profissional”. Fica evidente, portanto, que a falta de espaços culturais em muitas cidades brasileiras, aliados aos elevados preços de ingressos e desvalorização do profissional da arte contribuem para prejudicar o acesso cultural no Brasil. Assim, para garantir a democratização da cultura é necessário incentivar a utilização de benefícios como a meia entrada para estudantes e o vale-cultura para funcionários públicos. Deve-se também incentivar a interiorização de museus e cinemas, permitindo que habitantes de cidades pequenas e médias tenham acesso à fontes de entretenimento. Por fim, a própria população deve buscar pelo conhecimento, indo para bibliotecas, se informando e desenvolvendo senso crítico e cultura para que, enfim, haja democratização da cultura no Brasil.