Segundo a UNESCO, a cultura permite ao ser humano compreender valores e procurar novos significados. Nesse sentido, observa-se o impacto e a importância desse elemento na estrutura de uma sociedade, pois, além de fomentar a reflexão, ele também viabiliza a mudança de cenários. Apesar disso, no contexto brasileiro vigente, o acesso à cultura, infelizmente, não é uma realidade para todos. Desse modo, convém analisar os efeitos de tal fenômeno para o corpo social. Em primeiro lugar, destaca-se que o “Apartheid Cultural” presente no território brasileiro contribui para a manutenção dessa realidade. Esse termo é derivado do “Apartheid” ocorrido na África do Sul, porém, ao invés de evidenciar a segregação pela raça, ele expõe a desigualdade de acesso aos meios culturais. No Brasil, de acordo com dados do IBGE, apenas 10% dos municípios dispõem de equipamentos culturais e, geralmente, esses instrumentos estão concentrados em áreas de maior poder aquisitivo. Sendo assim, além de esses serviços abrangerem espaços desproporcionais, em muitos casos, eles possuem um elevado custo de aquisição, como diversos livros nacionais. Logo, esses fatores impulsionam a marginalização crítica de grande parte da população. Outrossim, vale salientar que a má gestão de investimentos governamentais nos institutos educativos também exerce influência sobre a problemática. A escola possui um importante papel na formação de cidadãos, uma vez que ela estimula o aluno a buscar pelo pensamento crítico, por meio da leitura e de atividades sociais, e o incentiva a seguir princípios éticos. Embora o Brasil invista 5,7% do seu PIB em universidades públicas, equiparando-se a países desenvolvidos, na educação primária, o emprego orçamentário é lamentável. Diante disso, a base educativa tende a sofrer uma defasagem na qualidade de ensino e, consequentemente, os educandos, que, por sua vez, inclinam-se para o desinteresse pela escola e por suas difusões. Portanto, almejando superar os desafios do acesso à cultura e democratizá-lo, entende-se que mediações são necessárias. Dessa forma, a fim de alcançar esses objetivos, o Estado, em parceria com instituições privadas, deve promover a construção de centros culturais populares em regiões mais afastadas, e ofertar às pessoas conteúdos de qualidade, como músicas, livros e filmes, que resgatem a identidade brasileira, com o intuito de diminuir a segregação cultural e incitar o amor à pátria. Ademais, compete ao MEC aprimorar a gestão de investimentos nas redes de ensino, por meio de pesquisas estratégicas, e tendo como exemplo países mais desenvolvidos nesse âmbito, como a Finlândia. Destarte, a sociedade será beneficiada, e os obstáculos, paulatinamente, ultrapassados.